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17/08/2005
-
18h39
FELIPE RECONDO
FABIANA FUTEMA
da Folha Online, em Brasília e SP
Em meio à crise política, o governo Lula conseguiu manter na Câmara dos Deputados o valor do salário mínimo em R$ 300. Na semana passada, aproveitando a desarticulação política do Planalto, o Senado mudou a proposta do governo e elevou o mínimo para R$ 384,29. O mínimo de R$ 300 está em vigor desde maio --antes do reajuste, o salário estava fixado em R$ 260.
Com isso, a Câmara poupou Lula de uma decisão impopular: vetar o mínimo de R$ 384,29. A utilização do veto presidencial era tida como mais uma derrota imposta pelo Congresso ao Planalto.
Para derrubar o mínimo de R$ 384,29, o ministro Jaques Wagner (Coordenação Política) passou os últimos três dias costurando um acordo entre governo e oposição. Esse acordo só foi selado em definitivo hoje.
Ontem, para evitar que o Planalto sofresse nova derrota, o presidente da Câmara dos Deputados, Severino Cavalcanti (PP-PE), encerrou a sessão que iria votar o salário mínimo. A manobra foi utilizada por Severino, após perceber que o acordo fechado ontem pelo colégio de líderes --para manter o mínimo em R$ 300-- seria descumprido.
No acordo feito no final da tarde de ontem pelo colégio de líderes, ficou acertada que a votação seria simbólica (sem o registro nominal de votos). No entanto, o deputado Ricardo Barros (PP-PR) conseguiu reunir ontem mais de 32 assinaturas para pedir a verificação de quórum. Com isso, a votação teria que ser nominal em vez de simbólica.
Para os deputados, essa medida tinha um peso político muito grande. É que com esse tipo de votação nominal, seriam conhecidos os nomes dos deputados responsáveis pela não elevação do mínimo.
Hoje, após a negociação de novo acordo, a Câmara manteve o mínimo em R$ 300 por meio de votação simbólica.
Impacto
Em 1º de maio, o mínimo foi reajustado de R$ 260 para R$ 300. O impacto de uma elevação para R$ 384,29 retroativa a maio seria de R$ 15,966 bilhões só nas contas da União, segundo cálculos do Ministério do Planejamento.
Se os deputados tivessem hoje mantido o valor de R$ 384,29 enviado pelo Senado, o governo Lula seria obrigado a adotar medidas emergenciais: vetar o novo valor ou publicar decreto para manter o mínimo em R$ 300.
Nesse caso, o governo tentaria evitar a votação da MP e deixaria que ela perdesse sua eficácia, ou seja, caducasse sem ser votada. O prazo de votação dessa MP vencia na sexta-feira, dia em que tradicionalmente não há sessão na Câmara dos Deputados.
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Em meio à crise, governo consegue derrubar novo mínimo na Câmara
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FABIANA FUTEMA
da Folha Online, em Brasília e SP
Em meio à crise política, o governo Lula conseguiu manter na Câmara dos Deputados o valor do salário mínimo em R$ 300. Na semana passada, aproveitando a desarticulação política do Planalto, o Senado mudou a proposta do governo e elevou o mínimo para R$ 384,29. O mínimo de R$ 300 está em vigor desde maio --antes do reajuste, o salário estava fixado em R$ 260.
Com isso, a Câmara poupou Lula de uma decisão impopular: vetar o mínimo de R$ 384,29. A utilização do veto presidencial era tida como mais uma derrota imposta pelo Congresso ao Planalto.
Para derrubar o mínimo de R$ 384,29, o ministro Jaques Wagner (Coordenação Política) passou os últimos três dias costurando um acordo entre governo e oposição. Esse acordo só foi selado em definitivo hoje.
Ontem, para evitar que o Planalto sofresse nova derrota, o presidente da Câmara dos Deputados, Severino Cavalcanti (PP-PE), encerrou a sessão que iria votar o salário mínimo. A manobra foi utilizada por Severino, após perceber que o acordo fechado ontem pelo colégio de líderes --para manter o mínimo em R$ 300-- seria descumprido.
No acordo feito no final da tarde de ontem pelo colégio de líderes, ficou acertada que a votação seria simbólica (sem o registro nominal de votos). No entanto, o deputado Ricardo Barros (PP-PR) conseguiu reunir ontem mais de 32 assinaturas para pedir a verificação de quórum. Com isso, a votação teria que ser nominal em vez de simbólica.
Para os deputados, essa medida tinha um peso político muito grande. É que com esse tipo de votação nominal, seriam conhecidos os nomes dos deputados responsáveis pela não elevação do mínimo.
Hoje, após a negociação de novo acordo, a Câmara manteve o mínimo em R$ 300 por meio de votação simbólica.
Impacto
Em 1º de maio, o mínimo foi reajustado de R$ 260 para R$ 300. O impacto de uma elevação para R$ 384,29 retroativa a maio seria de R$ 15,966 bilhões só nas contas da União, segundo cálculos do Ministério do Planejamento.
Se os deputados tivessem hoje mantido o valor de R$ 384,29 enviado pelo Senado, o governo Lula seria obrigado a adotar medidas emergenciais: vetar o novo valor ou publicar decreto para manter o mínimo em R$ 300.
Nesse caso, o governo tentaria evitar a votação da MP e deixaria que ela perdesse sua eficácia, ou seja, caducasse sem ser votada. O prazo de votação dessa MP vencia na sexta-feira, dia em que tradicionalmente não há sessão na Câmara dos Deputados.
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