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18/08/2005
-
12h19
da Folha Online
O dólar voltou a subir e, às 12h15, tinha valorização de 0,16%, a R$ 2,358 na venda, depois de iniciar o dia em baixa, repercutindo o restabelecimento do salário mínimo em R$ 300 e a manutenção dos juros em 19,75% ao ano.
Na avaliação de Francisco Carvalho, da corretora Liquidez, o mercado está mais resistente em vender o dólar abaixo dos R$ 2,35, temendo uma atuação do Banco Central.
Além disso, ele considera que o mercado não recebeu bem a revisão para baixo do superávit da conta de transações correntes previsto para este ano.
A conta de transações correntes acumula um superávit de US$ 7,876 bilhões até julho. No ano, deve ficar em US$ 4 bilhões. A previsão anterior era de US$ 4,8 bilhões e precisou ser revista porque o déficit na conta de viagens está acima do esperado, segundo Altamir Lopes, chefe do Departamento Econômico. Essa conta representa as principais transações do país com o exterior na área comercial e na contratação de serviços e transferência de renda.
Entretanto, o BC informou que essa previsão poderá ser revista novamente no próximo mês, assim como as estimativas para a balança comercial e os investimentos estrangeiros diretos.
Pela manhã, o dólar chegou a recuar 0,50%, repercutindo fatos ocorridos na noite de ontem.
Em meio à crise política, o governo Lula conseguiu manter na Câmara dos Deputados o valor do salário mínimo em R$ 300. Na semana passada, aproveitando a desarticulação política do Planalto, o Senado mudou a proposta do governo e elevou o mínimo para R$ 384,29. O mínimo de R$ 300 está em vigor desde maio --antes do reajuste, o salário estava fixado em R$ 260.
Segundo o Ministério do Planejamento, se o mínimo fosse elevado para R$ 384,29, só as despesas federais teriam um crescimento de R$ 16 bilhões neste ano e de R$ 50 bilhões em 2006, inviabilizando as metas fiscais do governo, o que abalaria o mercado financeiro.
A decisão do Copom de deixar os juros altos também repercutiu bem no mercado de câmbio pela manhã, pois colabora com a entrada de recursos no país, por meio de investidores que buscam maiores rendimentos.
Bovespa
Para a Bovespa, entretanto, a Selic alta é negativa, porque deixa as aplicações em renda fixa --que apresenta menor risco e rentabilidade atrelada aos juros-- mais atraentes do que os investimentos em ações, que são mais voláteis e de maior risco.
A Bolsa de Valores de São Paulo operava há pouco com baixa de 0,64%. Ontem, o índice da Bovespa fechou em alta de 1,28%, com alguns investidores apostando em um pequeno corte nos juros e com o desempenho positivo das Bolsas dos EUA.
Hoje, porém, as Bolsas norte-americanas registram quedas. Há pouco, o índice Dow Jones tinha baixa de 0,12% e o Nasdaq, de 0,45%.
O cenário político também volta a concentrar as atenções dos mercados. O ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares está prestando depoimento nesta quinta-feira à CPI do "Mensalão". O petista foi citado pelo deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) como um dos "cabeças" do suposto esquema de pagamento de mesada a deputados da base --o "mensalão".
Especial
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Leia o que já foi publicado sobre a Bovespa
Dólar sobe 0,16% com resistência de vendedores e contas externas
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O dólar voltou a subir e, às 12h15, tinha valorização de 0,16%, a R$ 2,358 na venda, depois de iniciar o dia em baixa, repercutindo o restabelecimento do salário mínimo em R$ 300 e a manutenção dos juros em 19,75% ao ano.
Na avaliação de Francisco Carvalho, da corretora Liquidez, o mercado está mais resistente em vender o dólar abaixo dos R$ 2,35, temendo uma atuação do Banco Central.
Além disso, ele considera que o mercado não recebeu bem a revisão para baixo do superávit da conta de transações correntes previsto para este ano.
A conta de transações correntes acumula um superávit de US$ 7,876 bilhões até julho. No ano, deve ficar em US$ 4 bilhões. A previsão anterior era de US$ 4,8 bilhões e precisou ser revista porque o déficit na conta de viagens está acima do esperado, segundo Altamir Lopes, chefe do Departamento Econômico. Essa conta representa as principais transações do país com o exterior na área comercial e na contratação de serviços e transferência de renda.
Entretanto, o BC informou que essa previsão poderá ser revista novamente no próximo mês, assim como as estimativas para a balança comercial e os investimentos estrangeiros diretos.
Pela manhã, o dólar chegou a recuar 0,50%, repercutindo fatos ocorridos na noite de ontem.
Em meio à crise política, o governo Lula conseguiu manter na Câmara dos Deputados o valor do salário mínimo em R$ 300. Na semana passada, aproveitando a desarticulação política do Planalto, o Senado mudou a proposta do governo e elevou o mínimo para R$ 384,29. O mínimo de R$ 300 está em vigor desde maio --antes do reajuste, o salário estava fixado em R$ 260.
Segundo o Ministério do Planejamento, se o mínimo fosse elevado para R$ 384,29, só as despesas federais teriam um crescimento de R$ 16 bilhões neste ano e de R$ 50 bilhões em 2006, inviabilizando as metas fiscais do governo, o que abalaria o mercado financeiro.
A decisão do Copom de deixar os juros altos também repercutiu bem no mercado de câmbio pela manhã, pois colabora com a entrada de recursos no país, por meio de investidores que buscam maiores rendimentos.
Bovespa
Para a Bovespa, entretanto, a Selic alta é negativa, porque deixa as aplicações em renda fixa --que apresenta menor risco e rentabilidade atrelada aos juros-- mais atraentes do que os investimentos em ações, que são mais voláteis e de maior risco.
A Bolsa de Valores de São Paulo operava há pouco com baixa de 0,64%. Ontem, o índice da Bovespa fechou em alta de 1,28%, com alguns investidores apostando em um pequeno corte nos juros e com o desempenho positivo das Bolsas dos EUA.
Hoje, porém, as Bolsas norte-americanas registram quedas. Há pouco, o índice Dow Jones tinha baixa de 0,12% e o Nasdaq, de 0,45%.
O cenário político também volta a concentrar as atenções dos mercados. O ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares está prestando depoimento nesta quinta-feira à CPI do "Mensalão". O petista foi citado pelo deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) como um dos "cabeças" do suposto esquema de pagamento de mesada a deputados da base --o "mensalão".
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