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30/08/2005
-
21h15
JANAINA LAGE
da Folha Online, no Rio
No dia em que estava previsto o depoimento de seu chefe de gabinete na CPI dos Bingos, o ministro da Fazenda, Antonio Palocci, preferiu focar seu discurso nos resultados da política monetária. Palocci endossou a política de juros altos promovida pelo Banco Central.
O depoimento de Juscelino Dourado, chefe de gabinete de Palocci, acabou sendo adiado para as 11h desta quarta-feira para que os parlamentares fossem votar em plenário a chamada 'Ordem do Dia'.
Palocci fez o discurso de encerramento do 6º Seminário de Metas de Inflação. Para o ministro, o sistema de metas no Brasil chegou à maturidade. 'O regime de metas apresenta resultados inquestionáveis (...) Mesmo os mais céticos admitem que a política monetária funciona no Brasil', disse. Palocci citou ponto a ponto as críticas mais freqüentes à política monetária e rebateu um por um.
Segundo Palocci, a crítica recorrente de que o BC não deveria elevar juros porque a inflação é resultado do avanço dos preços administrados não tem sentido porque as causas da inflação brasileira não estão relacionadas apenas a este fator e, mesmo que estivessem, caberia ao BC evitar que seus efeitos se espalhassem por toda a economia.
O conservadorismo do BC foi justificado pela defasagem entre a tomada de decisão da instituição e os seus efeitos sobre a economia.
Segundo o ministro, não há nada mais polêmico do que a atuação de controle do processo inflacionário, mas elogiou medidas consideradas impopulares como o aumento dos juros. "Os juros nunca são elevados por capricho, mas para manter a inflação sob controle. Se os juros estivessem mais elevados do que deveriam, a inflação estaria mais baixa do que a meta", disse.
Palocci evitou tratar de temas relacionados à crise política, mas sinalizou que seus efeitos sobre a economia serão de curto prazo. "Um dos temas em destaque do debate será a resistência que sem dúvida será demonstrada pela economia brasileira às incertezas políticas que o país atravessa nesse momento", afirmou.
O ministro voltou a defender o tripé política monetária, câmbio flutuante e política fiscal como os fatores que garantirão a redução da relação dívida/PIB. Segundo Palocci, embora a conjuntura de 2005 não permita uma redução desta relação na mesma magnitude da do ano passado, a proporção dívida/PIB continuará em queda.
O câmbio flutuante também foi alvo de elogios. Para Palocci, poucos países enfrentaram ajustes externos como o Brasil, sem impacto no produto ou sem descontrolar a inflação.
O Brasil está mais rico, segundo Palocci, e os indicadores dessa riqueza podem ser medidos pelo maior consumo de bens e serviços no exterior, pela apreciação da taxa de câmbio e pela evolução das reservas internacionais líquidas.
Palocci evita falar de política e defende juros altos do BC no Rio
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da Folha Online, no Rio
No dia em que estava previsto o depoimento de seu chefe de gabinete na CPI dos Bingos, o ministro da Fazenda, Antonio Palocci, preferiu focar seu discurso nos resultados da política monetária. Palocci endossou a política de juros altos promovida pelo Banco Central.
O depoimento de Juscelino Dourado, chefe de gabinete de Palocci, acabou sendo adiado para as 11h desta quarta-feira para que os parlamentares fossem votar em plenário a chamada 'Ordem do Dia'.
Palocci fez o discurso de encerramento do 6º Seminário de Metas de Inflação. Para o ministro, o sistema de metas no Brasil chegou à maturidade. 'O regime de metas apresenta resultados inquestionáveis (...) Mesmo os mais céticos admitem que a política monetária funciona no Brasil', disse. Palocci citou ponto a ponto as críticas mais freqüentes à política monetária e rebateu um por um.
Segundo Palocci, a crítica recorrente de que o BC não deveria elevar juros porque a inflação é resultado do avanço dos preços administrados não tem sentido porque as causas da inflação brasileira não estão relacionadas apenas a este fator e, mesmo que estivessem, caberia ao BC evitar que seus efeitos se espalhassem por toda a economia.
O conservadorismo do BC foi justificado pela defasagem entre a tomada de decisão da instituição e os seus efeitos sobre a economia.
Segundo o ministro, não há nada mais polêmico do que a atuação de controle do processo inflacionário, mas elogiou medidas consideradas impopulares como o aumento dos juros. "Os juros nunca são elevados por capricho, mas para manter a inflação sob controle. Se os juros estivessem mais elevados do que deveriam, a inflação estaria mais baixa do que a meta", disse.
Palocci evitou tratar de temas relacionados à crise política, mas sinalizou que seus efeitos sobre a economia serão de curto prazo. "Um dos temas em destaque do debate será a resistência que sem dúvida será demonstrada pela economia brasileira às incertezas políticas que o país atravessa nesse momento", afirmou.
O ministro voltou a defender o tripé política monetária, câmbio flutuante e política fiscal como os fatores que garantirão a redução da relação dívida/PIB. Segundo Palocci, embora a conjuntura de 2005 não permita uma redução desta relação na mesma magnitude da do ano passado, a proporção dívida/PIB continuará em queda.
O câmbio flutuante também foi alvo de elogios. Para Palocci, poucos países enfrentaram ajustes externos como o Brasil, sem impacto no produto ou sem descontrolar a inflação.
O Brasil está mais rico, segundo Palocci, e os indicadores dessa riqueza podem ser medidos pelo maior consumo de bens e serviços no exterior, pela apreciação da taxa de câmbio e pela evolução das reservas internacionais líquidas.
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