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07/11/2000
-
10h46
especial para a Folha de S.Paulo
Independentemente do resultado das eleições americanas, o mais instigante é tentar diferenciar democratas e republicanos.
No plano interno, o embate estará polarizado em torno de temas como impostos, aborto, pena de morte, migração e conduta ética. Mas é na política externa que a divergência se torna mais clara.
Aspirante a sucessor de Clinton, o vice-presidente Al Gore, filho de um influente senador, possui fama de bom menino, estudioso, aplicado, mas sem o carisma de seu antecessor.
Foi alvo de gozação nacional quando, pretensiosamente, declarou-se inventor da Internet. O republicano George W. Bush, governador do Texas e filho de ex-presidente, defende a tese do "conservadorismo solidário" expresso na preservação dos valores da família e da tradição.
Preocupações que se adaptam ao seu perfil de ex-alcoólatra salvo pela conversão cristã. Foram desvios de juventude, destaca o republicano.
Al Gore aproveita os dividendos da prosperidade econômica, mas diverge de Clinton em relação à política intervencionista.
Na Bósnia, teria chegado antes; em Ruanda, tentaria evitar o genocídio (94). Destaca que os EUA têm uma missão: "defender a democracia e os direitos humanos".
A tradição republicana marcada pelo sentimento anticomunista está meio confusa após a desintegração do Leste. Criticam a tese do intervencionismo humanitário, destacando que essa não é a tarefa dos militares americanos.
Bush aplaudiu Clinton por não ter interferido nos problemas internos de Ruanda e Serra Leoa.
Se chegar à Casa Branca, pedirá à Otan que se encarregue das operações de auxílio a Kosovo. Bush acusa seu opositor de tentar transformar os EUA num "bombeiro arrogante" ao pretender apagar todos os incêndios do mundo.
A Era Clinton (92-2000), marcada pelos excepcionais números da economia, teve êxito também na política externa. Liderou a intervenção nos Bálcãs e promoveu o diálogo entre árabes e israelenses. O ponto frágil da sua gestão se refere à ética.
Insinua-se que recebia carícias íntimas, enquanto discutia por telefone o desfecho do conflito na Bósnia. Lewinsky à parte, o fato é que a conduta moral se constitui num elemento importante na definição do voto.
Mas tudo indica que, entre o desempenho externo e as aventuras sexuais do presidente, os americanos vão ficar mesmo é com o que interessa em política: a prosperidade econômica.
Roberto Candelori é professor de atualidades do colégio Pueri Domus e coordenador da Cia. de Ética
Leia mais sobre vestibular no Fovest Online
RESUMÃO/ATUALIDADES: Democratas versus republicanos
ROBERTO CANDELORIespecial para a Folha de S.Paulo
Independentemente do resultado das eleições americanas, o mais instigante é tentar diferenciar democratas e republicanos.
No plano interno, o embate estará polarizado em torno de temas como impostos, aborto, pena de morte, migração e conduta ética. Mas é na política externa que a divergência se torna mais clara.
Aspirante a sucessor de Clinton, o vice-presidente Al Gore, filho de um influente senador, possui fama de bom menino, estudioso, aplicado, mas sem o carisma de seu antecessor.
Foi alvo de gozação nacional quando, pretensiosamente, declarou-se inventor da Internet. O republicano George W. Bush, governador do Texas e filho de ex-presidente, defende a tese do "conservadorismo solidário" expresso na preservação dos valores da família e da tradição.
Preocupações que se adaptam ao seu perfil de ex-alcoólatra salvo pela conversão cristã. Foram desvios de juventude, destaca o republicano.
Al Gore aproveita os dividendos da prosperidade econômica, mas diverge de Clinton em relação à política intervencionista.
Na Bósnia, teria chegado antes; em Ruanda, tentaria evitar o genocídio (94). Destaca que os EUA têm uma missão: "defender a democracia e os direitos humanos".
A tradição republicana marcada pelo sentimento anticomunista está meio confusa após a desintegração do Leste. Criticam a tese do intervencionismo humanitário, destacando que essa não é a tarefa dos militares americanos.
Bush aplaudiu Clinton por não ter interferido nos problemas internos de Ruanda e Serra Leoa.
Se chegar à Casa Branca, pedirá à Otan que se encarregue das operações de auxílio a Kosovo. Bush acusa seu opositor de tentar transformar os EUA num "bombeiro arrogante" ao pretender apagar todos os incêndios do mundo.
A Era Clinton (92-2000), marcada pelos excepcionais números da economia, teve êxito também na política externa. Liderou a intervenção nos Bálcãs e promoveu o diálogo entre árabes e israelenses. O ponto frágil da sua gestão se refere à ética.
Insinua-se que recebia carícias íntimas, enquanto discutia por telefone o desfecho do conflito na Bósnia. Lewinsky à parte, o fato é que a conduta moral se constitui num elemento importante na definição do voto.
Mas tudo indica que, entre o desempenho externo e as aventuras sexuais do presidente, os americanos vão ficar mesmo é com o que interessa em política: a prosperidade econômica.
Roberto Candelori é professor de atualidades do colégio Pueri Domus e coordenador da Cia. de Ética
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