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10/10/2002
-
10h19
da Folha de S.paulo
Pouco mais de cem anos após a descoberta da América por Colombo, Francis Bacon percebeu que havia uma extraordinária semelhança entre o perfil da costa oriental da América do Sul e o da costa ocidental da África.
Quase um século depois, com base na distribuição geográfica dos mamíferos, Buffon aventou a hipótese de que a América do Sul e a África formaram um único continente, que teria sido fragmentado pelas águas do oceano Atlântico.
Após Buffon, vários autores também postularam que ilhas e continentes estariam unidos no passado. O primeiro argumento importante a favor da deriva continental (movimentação dos continentes) foi proposto por Alfred Wegener (1912), mas faltavam mecanismos que explicassem como isso acontecia.
Segundo a tectônica de placas, formulada simultaneamente por vários geólogos na década de 60, a crosta terrestre é formada por gigantescas placas rígidas, assoalho oceânico e continentes, que se movem lentamente sobre um manto pastoso. O movimento é impulsionado pelas correntes do magma, que separam as placas para ambos os lados e um novo assoalho oceânico é formado. Quando se chocam, duas placas que se movem em direção contrária podem dar origem a grandes cordilheiras e a falhas.
A biogeografia é o ramo das ciências biológicas que se dedica ao estudo das distribuições geográficas dos organismos. É dividida em biogeografia ecológica (estudo dos fatores ambientais que determinam a distribuição dos organismos) e biogeografia histórica (estudo da distribuição espacial e temporal dos seres vivos com base em fatores históricos). Para a biogeografia histórica, dois processos são responsáveis pelos padrões de distribuição geográfica: a dispersão e a vicariância.
O dispersionismo propõe que cada espécie tem um centro de origem e dali se dispersa em várias direções. A biogeografia de vicariância postula que as distribuições atuais dos seres vivos são resultantes da fragmentação de áreas.
Eliana Collucci é bióloga, formada pela USP-Ribeirão Preto, e pós-doutoranda pela Faculdade de Saúde Pública (USP)
Leia mais:
Química: SO2 é o Homem-Aranha da química
Matemática: A geometria do pedestre
Atualidades: A Opep e a crise no Oriente Médio
História: O Estado, a cultura e a construção da nação
Biologia: A biogeografia e a distribuição dos seres vivos
ELIANA COLLUCCIda Folha de S.paulo
Pouco mais de cem anos após a descoberta da América por Colombo, Francis Bacon percebeu que havia uma extraordinária semelhança entre o perfil da costa oriental da América do Sul e o da costa ocidental da África.
Quase um século depois, com base na distribuição geográfica dos mamíferos, Buffon aventou a hipótese de que a América do Sul e a África formaram um único continente, que teria sido fragmentado pelas águas do oceano Atlântico.
Após Buffon, vários autores também postularam que ilhas e continentes estariam unidos no passado. O primeiro argumento importante a favor da deriva continental (movimentação dos continentes) foi proposto por Alfred Wegener (1912), mas faltavam mecanismos que explicassem como isso acontecia.
Segundo a tectônica de placas, formulada simultaneamente por vários geólogos na década de 60, a crosta terrestre é formada por gigantescas placas rígidas, assoalho oceânico e continentes, que se movem lentamente sobre um manto pastoso. O movimento é impulsionado pelas correntes do magma, que separam as placas para ambos os lados e um novo assoalho oceânico é formado. Quando se chocam, duas placas que se movem em direção contrária podem dar origem a grandes cordilheiras e a falhas.
A biogeografia é o ramo das ciências biológicas que se dedica ao estudo das distribuições geográficas dos organismos. É dividida em biogeografia ecológica (estudo dos fatores ambientais que determinam a distribuição dos organismos) e biogeografia histórica (estudo da distribuição espacial e temporal dos seres vivos com base em fatores históricos). Para a biogeografia histórica, dois processos são responsáveis pelos padrões de distribuição geográfica: a dispersão e a vicariância.
O dispersionismo propõe que cada espécie tem um centro de origem e dali se dispersa em várias direções. A biogeografia de vicariância postula que as distribuições atuais dos seres vivos são resultantes da fragmentação de áreas.
Eliana Collucci é bióloga, formada pela USP-Ribeirão Preto, e pós-doutoranda pela Faculdade de Saúde Pública (USP)
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