Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
05/11/2002 - 22h04

Candidatos reclamam de modificações na primeira fase da Fuvest

JÚLIO CÉSAR BARROS
da Folha Online

Mudanças na primeira fase da Fuvest assustam candidatos ao vestibular mais concorrido do Brasil e chegam a ser consideradas por eles como um obstáculo ao sucesso no exame. Segundo a coordenação da instituição, vários estudantes reclamaram das alterações de dia e horário das provas.

"Recebi informações que estudantes do interior de São Paulo estavam organizando abaixo-assinado pedindo o volta da antiga fórmula", disse Sérgio Massaro, gerente de coordenação da Fuvest, que não soube dizer o número de reclamações.

Após sete anos, a coordenação da Fuvest decidiu modificar a fórmula da primeira fase do concurso. Até o ano passado a primeira etapa do vestibular era dividida em dois dias, com 80 questões cada e quatro horas para serem resolvidas. Agora, o exame foi concentrado em 100 testes que serão aplicados em uma única data. Os estudantes passam a ter uma hora a mais para resolverem a prova.

As modificações do exame da Fuvest foram adotadas, segundo Massaro, após estudos realizados pela instituição que indicaram que uma prova com 160 questões era redundante, pois com 100 perguntas se pode avaliar perfeitamente os candidatos. "Isso não iria interferir na qualidade dos candidatos selecionados para a segunda fase", afirma.

A Folha Online apurou que o alto custo do exame pode ter sido um dos fatores decisivos para a mudança. Cada dia de prova custa em média mais de R$ 1 milhão para os cofres da Fuvest. Para Sérgio Massaro qualquer que fosse a mudança efetuada no vestibular seria motivo para polêmica. "É difícil tomar decisões de mudar as regras de um concurso tão importante, mas a instituição já esperava que fosse assim."

Há alguns anos o número de inscrições no concurso não sofre um crescimento tão significativo, com exceção deste ano, quando o total de candidatos subiu de 146.307 para 161.147. O aumento no número de inscritos não significa que houve um aumento de receita. "O valor arrecadado com inscrições foi praticamente o mesmo que no vestibular do ano passado, porque um aumento proporcional no número de isenções, além da redução do valor da taxa de R$ 63 para R$ 61", diz o coordenador da Fuvest.

De acordo com a instituição, o número de isentos saltou de 10 mil para mais de 15 mil.

O aumento de inscrições surpreendeu a Fuvest. "Esperávamos uma redução no número de candidatos inscritos, a exemplo do que ocorreu com a Unicamp neste ano", disse Massaro. A Estadual de Campinas registou uma queda de mais de mil inscritos para este processo seletivo. Foram 47.265 no vestibular passado contra 46.593 em 2002.

Alfredo Stávale Sobrinho, coordenador do Anglo Vestibulares, afirma as dificuldades financeiras motivaram as mudanças deste ano. "A informação que tenho é que era muito caro manter dois dias de prova", disse.

Para Stávale, na teoria o exame da Fuvest continua o mesmo, mas na prática o aluno terá mais dificuldades, pois o tempo de prova é muito longo. "O candidato continua tendo três minutos para resolver cada questão, mas o esforço vai aumentar", afirma.

O professor considera desumano submeter os estudantes a cinco horas de provas como foi definido neste ano. "A medida que o tempo for passando o nível de concentração do ser humano vai caindo e consequentemente a queda do desempenho", afirma.

Os candidatos

Verônica Margareth de Oliveira, 21, que cursa o cursinho da Poli, diz que a prova da Fuvest sempre lhe causou medo e as mudanças irão dificultar ainda mais sua vida. "Já dá para perceber pelos simulados que a prova será mais puxada. Seremos mais exigidos", diz a estudante, que está prestando pela segunda vez o exame.

Caroline Mayumi, 18, candidata a uma vaga no curso de medicina e que foi treineira no ano passado, e Natália Montanini Camacho, 17, ambas alunas do Anglo, acreditam que cinco horas para resolver a prova, com seus textos longos e que sempre exigem muita atenção do estudante, será muito cansativa, mas o fato de ser aplicada em um único dia ajuda, pois reduz e "concentra" a ansiedade.

"Antes minha ansiedade era dividida em duas. Agora é uma dor só, tudo de uma vez", brinca Caroline.

Já para o estudante do cursinho da Poli Leandro Gomes, 22, que presta pela primeira vez a Fuvest, a fórmula adotada neste ano é melhor. "O fato de não fazer uma boa prova no primeiro dia com certeza poderia comprometer o meu desempenho na segunda", afirma.

Alguns estudantes se queixam que a prova em apenas um dia irá atrapalhar na preparação. Este é o caso de Paula Sui King, 19, que tenta uma vaga em jornalismo e estuda no Anglo. "Aquele tempo que teríamos entre as duas provas da primeira fase servia para uma última revisão", afirmou.

Leia mais:

  • Na USP, publicidade e propaganda é carreira mais disputada

  • Fuvest anuncia relação candidato/vaga do vestibular 2003

  •  

    Publicidade

    Publicidade

    Publicidade


    Voltar ao topo da página