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09/01/2003
-
09h51
A desigualdade de oportunidades, que faz com que alguns possam estudar em cursinhos caros e outros tenham uma formação deficiente, sempre incomodou Danilo Pereira Pinseta, 29. "O fato de alguns entrarem e outros não é causado pela desigualdade, não é por falta de competência", diz o estudante.
Formado em veterinária pela USP, há três anos ele começou a dar aulas de biologia como voluntário em um cursinho comunitário de Atibaia (SP), onde mora. "Quando nós vamos fazer provas com os alunos e vemos o trabalho de um ano se concretizando, é recompensador", disse ele, que também é plantonista de física no cursinho Anglo de São Paulo.
Quem pensa em ajudar outros vestibulandos ministrando aulas em cursinhos populares deve saber, entretanto, que a tarefa requer dedicação e tempo livre e, geralmente, não há salário. "A recompensa é a satisfação de ver pessoas carentes vencendo na vida", disse frei David Santos, fundador do cursinho popular Educafro, que recebe voluntários.
O número de aulas dadas por semana geralmente pode ser acertado com a instituição, de acordo com a disponibilidade do voluntário e da necessidade do cursinho. Além de dar as aulas, o universitário tem de prepará-las em casa, tirar as dúvidas dos alunos e, dependendo da matéria escolhida, corrigir exercícios e redações.
Evelyn Uliam, 19, dá aulas de gramática no Projeto Redigir, que não é direcionado para o vestibular, mas ensina redação e interpretação de texto a pessoas carentes que estejam concluindo ou já tenham concluído o ensino médio. Ela leciona para cinco turmas e ainda corrige parte das redações de outras 15. "A gente tem de quebrar a cabeça para dar uma aula legal, tem de ficar corrigindo redações, mas é recompensador ver que tudo deu pelo menos um pouco certo", disse ela, que é aluna de jornalismo na USP.
Já Eloi Francisco Rosa, 21, tem de reestudar os assuntos antes de ministrar as aulas. Isso porque, como é estudante de biomedicina da Unifesp, só tem matérias de biológicas na graduação e ministra aulas de história do Brasil e de gramática no cursinho do DCE (Diretório Central dos Estudantes) da universidade.
Montar cursinho
Uma diferença encontrada por Evelyn e Eloi é que ela entrou em um projeto já existente na universidade. "Sempre quis fazer trabalho voluntário, o projeto já existia, então foi fácil", disse ela.
Na universidade de Eloi, não havia um projeto popular e, em parceria com o DCE _coordenado por ele_, a reitoria, professores e alunos da pós-graduação fundaram um cursinho. No ano passado, foram 50 alunos e 25 professores e, agora, serão 130 alunos e 37 professores.
Além de ter de conseguir voluntários comprometidos com o projeto, arranjar apoio material (como locais de aula, cadeira e material didático), financeiro e técnico é outra das dificuldades.
O cursinho da Faculdade de Medicina da USP, criado no ano passado, por exemplo, conseguiu uma parceria com a fundação da própria faculdade, que fornece as salas de aula e o anfiteatro da instituição. Uma saída encontrada por outros cursinhos é fazer parcerias com colégios públicos para cederem as salas de aula.
O material didático pode vir de contribuições dos próprios alunos, de doações em dinheiro ou por meio de parcerias, dependendo do formato de cada projeto. Uma boa forma de achar um modelo adequado para cada situação é pedir ajuda a instituições que existem há mais tempo, como o Cursinho Instituto, que também aceita voluntários.
Educafro: 0/xx/11/3119-1244; Cursinho Instituto: instituto@instituto.org.br
Ministrar aulas requer disposição e tempo livre
da Folha de S.PauloA desigualdade de oportunidades, que faz com que alguns possam estudar em cursinhos caros e outros tenham uma formação deficiente, sempre incomodou Danilo Pereira Pinseta, 29. "O fato de alguns entrarem e outros não é causado pela desigualdade, não é por falta de competência", diz o estudante.
Formado em veterinária pela USP, há três anos ele começou a dar aulas de biologia como voluntário em um cursinho comunitário de Atibaia (SP), onde mora. "Quando nós vamos fazer provas com os alunos e vemos o trabalho de um ano se concretizando, é recompensador", disse ele, que também é plantonista de física no cursinho Anglo de São Paulo.
Quem pensa em ajudar outros vestibulandos ministrando aulas em cursinhos populares deve saber, entretanto, que a tarefa requer dedicação e tempo livre e, geralmente, não há salário. "A recompensa é a satisfação de ver pessoas carentes vencendo na vida", disse frei David Santos, fundador do cursinho popular Educafro, que recebe voluntários.
O número de aulas dadas por semana geralmente pode ser acertado com a instituição, de acordo com a disponibilidade do voluntário e da necessidade do cursinho. Além de dar as aulas, o universitário tem de prepará-las em casa, tirar as dúvidas dos alunos e, dependendo da matéria escolhida, corrigir exercícios e redações.
Evelyn Uliam, 19, dá aulas de gramática no Projeto Redigir, que não é direcionado para o vestibular, mas ensina redação e interpretação de texto a pessoas carentes que estejam concluindo ou já tenham concluído o ensino médio. Ela leciona para cinco turmas e ainda corrige parte das redações de outras 15. "A gente tem de quebrar a cabeça para dar uma aula legal, tem de ficar corrigindo redações, mas é recompensador ver que tudo deu pelo menos um pouco certo", disse ela, que é aluna de jornalismo na USP.
Já Eloi Francisco Rosa, 21, tem de reestudar os assuntos antes de ministrar as aulas. Isso porque, como é estudante de biomedicina da Unifesp, só tem matérias de biológicas na graduação e ministra aulas de história do Brasil e de gramática no cursinho do DCE (Diretório Central dos Estudantes) da universidade.
Montar cursinho
Uma diferença encontrada por Evelyn e Eloi é que ela entrou em um projeto já existente na universidade. "Sempre quis fazer trabalho voluntário, o projeto já existia, então foi fácil", disse ela.
Na universidade de Eloi, não havia um projeto popular e, em parceria com o DCE _coordenado por ele_, a reitoria, professores e alunos da pós-graduação fundaram um cursinho. No ano passado, foram 50 alunos e 25 professores e, agora, serão 130 alunos e 37 professores.
Além de ter de conseguir voluntários comprometidos com o projeto, arranjar apoio material (como locais de aula, cadeira e material didático), financeiro e técnico é outra das dificuldades.
O cursinho da Faculdade de Medicina da USP, criado no ano passado, por exemplo, conseguiu uma parceria com a fundação da própria faculdade, que fornece as salas de aula e o anfiteatro da instituição. Uma saída encontrada por outros cursinhos é fazer parcerias com colégios públicos para cederem as salas de aula.
O material didático pode vir de contribuições dos próprios alunos, de doações em dinheiro ou por meio de parcerias, dependendo do formato de cada projeto. Uma boa forma de achar um modelo adequado para cada situação é pedir ajuda a instituições que existem há mais tempo, como o Cursinho Instituto, que também aceita voluntários.
Educafro: 0/xx/11/3119-1244; Cursinho Instituto: instituto@instituto.org.br
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