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29/05/2003
-
14h47
da Folha de S.Paulo
Acidentes ecológicos graves ocorrem quando agentes contaminantes são lançados casualmente no ambiente em quantidades muito acima do que nos seria permitido chamar simplesmente de poluição.
Quando iniciamos o século 21, tínhamos a idéia de que os grandes acidentes ecológicos ficariam em uma página virada da história. Deixaríamos para trás as tristes memórias das grandes tragédias ecológicas do século 20, como o "smog" fotoquímico na Inglaterra e o derramamento de petróleo no Alaska.
O sonho de um ambiente saudável, com o risco de acidentes ecológicos minimizado no século 21, parece ainda estar longe de ser alcançado. Depois de o mundo assistir, em 2002, a uma tragédia de grandes proporções, com o derramamento de petróleo na costa da Espanha, neste ano, foi o Brasil que ganhou as manchetes, com o rompimento de uma barragem que armazenava produtos tóxicos não tratados, provenientes das atividades de uma indústria de papel em Minas Gerais.
O desastre ecológico em Cataguases (MG) pode ser o maior do Brasil, já que o vazamento foi estimado em 1,2 bilhão de litros de produtos tóxicos, segundo fonte da Copasa --Companhia de Saneamento de Minas Gerais. A poluição atingiu o rio Pomba, em Minas, que, por sua vez, contaminou o Paraíba do Sul, no Rio de Janeiro, e prejudicou até a pesca no oceano Atlântico.
Ambientes lóticos (de água corrente, como é o caso dos rios) costumam ser mais fáceis de se "desintoxicarem" do que ambientes lênticos (de água parada, como é o caso das lagoas). No entanto a extensão causada por poluição em rios pode prejudicar ecossistemas por uma longa faixa de terra.
Precisamos estar cientes de que existem leis para o tratamento dos efluentes industriais, já que represar a poluição não é uma solução ambiental.
Fabio Giordano é bacharel em biologia e doutor em ecologia pela USP e professor-pesquisador na Unisanta
Biologia: Armazenar poluição não é solução!
FABIO GIORDANOda Folha de S.Paulo
Acidentes ecológicos graves ocorrem quando agentes contaminantes são lançados casualmente no ambiente em quantidades muito acima do que nos seria permitido chamar simplesmente de poluição.
Quando iniciamos o século 21, tínhamos a idéia de que os grandes acidentes ecológicos ficariam em uma página virada da história. Deixaríamos para trás as tristes memórias das grandes tragédias ecológicas do século 20, como o "smog" fotoquímico na Inglaterra e o derramamento de petróleo no Alaska.
O sonho de um ambiente saudável, com o risco de acidentes ecológicos minimizado no século 21, parece ainda estar longe de ser alcançado. Depois de o mundo assistir, em 2002, a uma tragédia de grandes proporções, com o derramamento de petróleo na costa da Espanha, neste ano, foi o Brasil que ganhou as manchetes, com o rompimento de uma barragem que armazenava produtos tóxicos não tratados, provenientes das atividades de uma indústria de papel em Minas Gerais.
O desastre ecológico em Cataguases (MG) pode ser o maior do Brasil, já que o vazamento foi estimado em 1,2 bilhão de litros de produtos tóxicos, segundo fonte da Copasa --Companhia de Saneamento de Minas Gerais. A poluição atingiu o rio Pomba, em Minas, que, por sua vez, contaminou o Paraíba do Sul, no Rio de Janeiro, e prejudicou até a pesca no oceano Atlântico.
Ambientes lóticos (de água corrente, como é o caso dos rios) costumam ser mais fáceis de se "desintoxicarem" do que ambientes lênticos (de água parada, como é o caso das lagoas). No entanto a extensão causada por poluição em rios pode prejudicar ecossistemas por uma longa faixa de terra.
Precisamos estar cientes de que existem leis para o tratamento dos efluentes industriais, já que represar a poluição não é uma solução ambiental.
Fabio Giordano é bacharel em biologia e doutor em ecologia pela USP e professor-pesquisador na Unisanta
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