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05/06/2003
-
15h04
da Folha de S.Paulo
As sociedades medievais européias caracterizaram-se pela alteração das formas de dominação, combinando a cultura cristã com elementos da cultura bárbara. O controle sobre a educação foi peça fundamental no processo de consolidação do poder religioso. Durante muito tempo, o clero constituiu a maioria da minoria intelectual, monopolizando o saber ler e escrever e acabou por dominar as atividades culturais, formulando os princípios jurídicos e políticos do mundo medieval.
Com a desintegração do Império Romano e a formação de reinos bárbaros, a igreja manteve-se como a única instituição centralizada, que, durante todo o período medieval, se empenhou em preservar a unidade religiosa, como forma de manter seu monopólio sobre a formação educacional e cultural e, para isso, combateu as heresias, organizou expedições militares cruzadas e a Inquisição.
A Igreja Católica dispunha de grande poder econômico. Em uma sociedade em que a terra era a principal fonte de riqueza, a igreja se tornou o maior senhor feudal da Europa, detentora de terras em diversas regiões, recebidas como doação ou como herança vacante, onde a exploração do trabalho servil garantia as rendas eclesiásticas, além do que era arrecadado com as doações dos fiéis ou por meio de esmolas.
A ordem social era justificada de forma dogmática e pode ser sintetizada na expressão: "Alguns rezam, outros combatem e outros trabalham", que define a visão de sociedade imposta pelo clero, em que a função do servo é definida pela "ordem natural" das coisas, que, por sua vez, é definida pela vontade de Deus.
A vida cotidiana de senhores e servos era regulada pelos princípios morais ditados pela Igreja Católica, que impunha o comunitarismo em oposição ao individualismo e dispunha sobre a organização familiar, o casamento, o direito de herança e as relações de trabalho, além de controlar o belicismo dos senhores feudais, limitando os efeitos das guerras privadas por meio do "Asilo de Deus" ou da "Trégua de Deus", ou utilizar o belicismo segundo seus interesses, como na Guerra de Reconquista na península Ibérica ou no movimento cruzadista entre os séculos 11 e 13.
Dica: faça uma comparação entre o papel da igreja na educação na Idade Média, na Idade Moderna e na Contemporânea.
B. Recco é coordenador do site www.historianet.com.br e autor do livro "História em Manchete - O Início do Século"
História: A ordem da dominação medieval
CLAUDIO B. RECCOda Folha de S.Paulo
As sociedades medievais européias caracterizaram-se pela alteração das formas de dominação, combinando a cultura cristã com elementos da cultura bárbara. O controle sobre a educação foi peça fundamental no processo de consolidação do poder religioso. Durante muito tempo, o clero constituiu a maioria da minoria intelectual, monopolizando o saber ler e escrever e acabou por dominar as atividades culturais, formulando os princípios jurídicos e políticos do mundo medieval.
Com a desintegração do Império Romano e a formação de reinos bárbaros, a igreja manteve-se como a única instituição centralizada, que, durante todo o período medieval, se empenhou em preservar a unidade religiosa, como forma de manter seu monopólio sobre a formação educacional e cultural e, para isso, combateu as heresias, organizou expedições militares cruzadas e a Inquisição.
A Igreja Católica dispunha de grande poder econômico. Em uma sociedade em que a terra era a principal fonte de riqueza, a igreja se tornou o maior senhor feudal da Europa, detentora de terras em diversas regiões, recebidas como doação ou como herança vacante, onde a exploração do trabalho servil garantia as rendas eclesiásticas, além do que era arrecadado com as doações dos fiéis ou por meio de esmolas.
A ordem social era justificada de forma dogmática e pode ser sintetizada na expressão: "Alguns rezam, outros combatem e outros trabalham", que define a visão de sociedade imposta pelo clero, em que a função do servo é definida pela "ordem natural" das coisas, que, por sua vez, é definida pela vontade de Deus.
A vida cotidiana de senhores e servos era regulada pelos princípios morais ditados pela Igreja Católica, que impunha o comunitarismo em oposição ao individualismo e dispunha sobre a organização familiar, o casamento, o direito de herança e as relações de trabalho, além de controlar o belicismo dos senhores feudais, limitando os efeitos das guerras privadas por meio do "Asilo de Deus" ou da "Trégua de Deus", ou utilizar o belicismo segundo seus interesses, como na Guerra de Reconquista na península Ibérica ou no movimento cruzadista entre os séculos 11 e 13.
Dica: faça uma comparação entre o papel da igreja na educação na Idade Média, na Idade Moderna e na Contemporânea.
B. Recco é coordenador do site www.historianet.com.br e autor do livro "História em Manchete - O Início do Século"
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