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09/06/2003
-
08h46
da Folha de S.Paulo, em Brasília
Jovens brasileiros que navegam pela internet, trocam e-mails com colegas em outras línguas e conseguem entender uma reportagem de jornal podem não imaginar, mas moram em um país onde cerca de 16 milhões de pessoas com 15 anos ou mais não sabem ler o "Ordem e Progresso" da bandeira nacional. Se conseguem ler, é com dificuldade.
Além disso, em apenas 19 dos 5.507 municípios do país a média de escolarização dos moradores corresponde a oito anos, ou seja, o ensino fundamental completo (de 1ª a 8ª série) --um direito de todos os cidadãos.
A cidade com o maior índice de escolaridade é Niterói (RJ) --onde a média é de 9,5 séries concluídas- enquanto Guaribas (PI) tem a pior colocação --1,1 ano de estudo, segundo dados de 2000.
Os dados compõem o "Mapa do Analfabetismo no Brasil", divulgado na última quarta.
Para ter uma idéia do tamanho do problema, o estudo aponta que são 30 milhões de jovens e adultos com 15 anos ou mais que não concluíram nem sequer quatro séries de estudo, os chamados analfabetos funcionais. Esse número inclui os 16 milhões que não são capazes de ler e escrever um bilhete simples.
O quadro do analfabetismo já foi pior. Em 1991, 19,7% das pessoas com 15 anos ou mais não sabiam ler e escrever. Caiu para 13,6% em 2000 e para 12,4% em 2001.
Um dos problemas resistentes que o estudo mostra é a evasão escolar e seus efeitos negativos: 35% dos analfabetos já frequentaram uma escola. E abandonaram, entre outros motivos, por causa da baixa qualidade do ensino ou pela necessidade de trabalhar.
Frequentar a escola também não é suficiente para garantir o aprendizado: 7,4% dos adolescentes de 10 a 19 anos não sabem ler e escrever. "Esses jovens ou ainda estão na escola ou por ela já passaram, o que mostra que nosso sistema educacional continua a produzir analfabetos", avalia o estudo do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais) feito com números do órgão e do IBGE.
Também é falso imaginar que analfabetismo e baixa escolaridade acontecem apenas em regiões consideradas atrasadas. Na lista dos cem primeiros municípios com a maior concentração de analfabetos estão 24 capitais. São Paulo e Rio de Janeiro --com 383 mil e 199 mil analfabetos, respectivamente- são as cidades com maior número absoluto.
Para o Ministério da Educação, além do projeto de alfabetização que vem sendo desenvolvido, a solução para o problema pode ser "caseira". Ou seja, a pesquisa mostra que o vizinho de qualquer pessoa pode ser analfabeto e ter vergonha de dizer. Bastaria que cada um ensinasse o que sabe para que o analfabeto pudesse começar a estudar.
Mapa mostra o tamanho do analfabetismo no país no século 21
LUCIANA CONSTANTINOda Folha de S.Paulo, em Brasília
Jovens brasileiros que navegam pela internet, trocam e-mails com colegas em outras línguas e conseguem entender uma reportagem de jornal podem não imaginar, mas moram em um país onde cerca de 16 milhões de pessoas com 15 anos ou mais não sabem ler o "Ordem e Progresso" da bandeira nacional. Se conseguem ler, é com dificuldade.
Além disso, em apenas 19 dos 5.507 municípios do país a média de escolarização dos moradores corresponde a oito anos, ou seja, o ensino fundamental completo (de 1ª a 8ª série) --um direito de todos os cidadãos.
A cidade com o maior índice de escolaridade é Niterói (RJ) --onde a média é de 9,5 séries concluídas- enquanto Guaribas (PI) tem a pior colocação --1,1 ano de estudo, segundo dados de 2000.
Os dados compõem o "Mapa do Analfabetismo no Brasil", divulgado na última quarta.
Para ter uma idéia do tamanho do problema, o estudo aponta que são 30 milhões de jovens e adultos com 15 anos ou mais que não concluíram nem sequer quatro séries de estudo, os chamados analfabetos funcionais. Esse número inclui os 16 milhões que não são capazes de ler e escrever um bilhete simples.
O quadro do analfabetismo já foi pior. Em 1991, 19,7% das pessoas com 15 anos ou mais não sabiam ler e escrever. Caiu para 13,6% em 2000 e para 12,4% em 2001.
Um dos problemas resistentes que o estudo mostra é a evasão escolar e seus efeitos negativos: 35% dos analfabetos já frequentaram uma escola. E abandonaram, entre outros motivos, por causa da baixa qualidade do ensino ou pela necessidade de trabalhar.
Frequentar a escola também não é suficiente para garantir o aprendizado: 7,4% dos adolescentes de 10 a 19 anos não sabem ler e escrever. "Esses jovens ou ainda estão na escola ou por ela já passaram, o que mostra que nosso sistema educacional continua a produzir analfabetos", avalia o estudo do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais) feito com números do órgão e do IBGE.
Também é falso imaginar que analfabetismo e baixa escolaridade acontecem apenas em regiões consideradas atrasadas. Na lista dos cem primeiros municípios com a maior concentração de analfabetos estão 24 capitais. São Paulo e Rio de Janeiro --com 383 mil e 199 mil analfabetos, respectivamente- são as cidades com maior número absoluto.
Para o Ministério da Educação, além do projeto de alfabetização que vem sendo desenvolvido, a solução para o problema pode ser "caseira". Ou seja, a pesquisa mostra que o vizinho de qualquer pessoa pode ser analfabeto e ter vergonha de dizer. Bastaria que cada um ensinasse o que sabe para que o analfabeto pudesse começar a estudar.
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