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07/08/2003
-
12h57
da Folha de S.Paulo
Preocupado com a agenda interna, o presidente Lula cancelou a visita que faria a África, mas manteve a missão comercial que, sob o comando do ministro do Desenvolvimento, Luiz Fernando Furlan, levou um grupo de empresários brasileiros ao país de Nelson Mandela. O Brasil e a África do Sul têm intensificado suas relações políticas e econômicas.
O intercâmbio comercial, que praticamente inexistiu durante o apartheid, regime de segregação racial, tem perspectivas de alcançar US$ 3 bilhões nos próximos anos. Há ainda a formação do G3 (Grupo dos Três), com a Índia, para garantir ações mais articuladas no cenário internacional.
A África do Sul, com uma população de 44 milhões (70% de negros), vai superando as mais de quatro décadas de apartheid. O regime racista implantado na Constituição pelo Partido Nacional, em 1948, negava direitos civis à população negra.
Nos anos 80, a comunidade internacional impôs sanções econômicas ao país, maior produtor mundial de ouro e de diamantes, e pressionou o presidente Pieter Botha a pôr fim ao apartheid e a libertar o preso político mais conhecido do mundo, Nelson Mandela. Mas as reformas só tiveram início em 1989, com a ascensão de Frederik de Klerk.
O Congresso Nacional Africano (CNA) recuperou os direitos políticos, as leis do apartheid foram gradualmente revogadas e Nelson Mandela foi libertado em 1990, após 28 anos de prisão. De Klerk e Mandela receberam o Prêmio Nobel da Paz em 1993.
No ano seguinte, foram realizadas as primeiras eleições livres no país e Mandela chegou ao poder com mais de 60% dos votos.
Ele deixou o governo em 1999, substituído por Thabo Mbeki, mas a África do Sul, livre do apartheid, tem um longo e difícil caminho a percorrer para a superação das diferenças econômicas e culturais herdadas dos anos de segregação racial.
Roberto Candelori é professor do Colégio Móbile e do Objetivo. E-mail: rcandelori@uol.com.br
Atualidades: A África do Sul pós-apartheid
ROBERTO CANDELORIda Folha de S.Paulo
Preocupado com a agenda interna, o presidente Lula cancelou a visita que faria a África, mas manteve a missão comercial que, sob o comando do ministro do Desenvolvimento, Luiz Fernando Furlan, levou um grupo de empresários brasileiros ao país de Nelson Mandela. O Brasil e a África do Sul têm intensificado suas relações políticas e econômicas.
O intercâmbio comercial, que praticamente inexistiu durante o apartheid, regime de segregação racial, tem perspectivas de alcançar US$ 3 bilhões nos próximos anos. Há ainda a formação do G3 (Grupo dos Três), com a Índia, para garantir ações mais articuladas no cenário internacional.
A África do Sul, com uma população de 44 milhões (70% de negros), vai superando as mais de quatro décadas de apartheid. O regime racista implantado na Constituição pelo Partido Nacional, em 1948, negava direitos civis à população negra.
Nos anos 80, a comunidade internacional impôs sanções econômicas ao país, maior produtor mundial de ouro e de diamantes, e pressionou o presidente Pieter Botha a pôr fim ao apartheid e a libertar o preso político mais conhecido do mundo, Nelson Mandela. Mas as reformas só tiveram início em 1989, com a ascensão de Frederik de Klerk.
O Congresso Nacional Africano (CNA) recuperou os direitos políticos, as leis do apartheid foram gradualmente revogadas e Nelson Mandela foi libertado em 1990, após 28 anos de prisão. De Klerk e Mandela receberam o Prêmio Nobel da Paz em 1993.
No ano seguinte, foram realizadas as primeiras eleições livres no país e Mandela chegou ao poder com mais de 60% dos votos.
Ele deixou o governo em 1999, substituído por Thabo Mbeki, mas a África do Sul, livre do apartheid, tem um longo e difícil caminho a percorrer para a superação das diferenças econômicas e culturais herdadas dos anos de segregação racial.
Roberto Candelori é professor do Colégio Móbile e do Objetivo. E-mail: rcandelori@uol.com.br
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