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16/11/2003
-
06h59
LUIS RENATO STRAUSS
da Folha de S.Paulo
As escolas particulares de São Paulo deverão reajustar as suas mensalidades abaixo da inflação. Oito das nove maiores instituições do Estado, em número de alunos, consultadas pela Folha, farão aumentos de mensalidades inferiores a 15%. A inflação dos últimos 12 meses foi de 16,15%, segundo o INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor).
O índice também é abaixo do aconselhado pelo sindicato do setor. O Sieeesp (Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino no Estado de São Paulo) recomendou aumentos entre 15% e 20%.
Essas taxas repõem, segundo José Augusto de Mattos Lourenço, presidente da entidade, as perdas com impostos --a alíquota do PIS subiu de 0,65% para 1,65% e a da CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido), de 1,08% para 2,88%--, com a defasagem do último aumento de mensalidades em relação à inflação do período (de até 4% em algumas escolas) e com o dissídio salarial de professores de 13%.
"O mercado não é autofágico. Os índices que os pais aguentarão são de 9% a 12%. Ou aplica-se essas taxas ou as escolas terão um aumento da evasão e da inadimplência [hoje, em 10,8%]", afirma Hebe Tolosa, presidente da Associação de Pais e Alunos das Escolas do Estado de São Paulo. "Esse mercado é competitivo, e os pais irão buscar escolas mais baratas."
A Folha consultou os colégios Dante Alighieri (aumento de 13,5%), Visconde de Porto Seguro (15%), Salesiano Santa Teresinha (15%), Marista Arquidiocesano de São Paulo (entre 13% e 14%), Agostiniano Mendel (estimativa de 15%), Santa Cruz (13%), Bandeirantes (18%), Prebisteriano Mackenzie (estimativa de 9,8% a 12%) e Santa Maria (9%).
Lauro Staggiari, diretor-geral pedagógico do Colégio Dante Aligheri, diz que o orçamento familiar de seus alunos não suportaria um aumento maior. "Encontramos um índice que permite pagar as contas da instituição, causando um menor transtorno no orçamento familiar."
Ele diz que os investimentos da instituição serão pouco afetados. "No máximo, teremos algum atraso." Em 2004, será concluída a construção de um prédio que abrigará mais 500 alunos --hoje são cerca de 5.000 estudantes. "Em vez de outubro, poderemos entregar a obra em dezembro."
Já Mauro de Salles Aguiar, diretor-presidente do Colégio Bandeirantes, diz que as instituições de ensino serão prejudicadas pela medida provisória que aumenta a alíquota da Cofins (Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social), a partir de fevereiro, de 3% para 7,6% sobre o faturamento das empresas.
Segundo Aguiar, a escola deverá separar R$ 1,6 milhão a mais para o pagamento de impostos. Para ele, isso enxuga a capacidade de uma instituição fazer investimentos, como em tecnologia e na capacitação de professores.
Escolas de SP vão ter reajuste de até 15%
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da Folha de S.Paulo
As escolas particulares de São Paulo deverão reajustar as suas mensalidades abaixo da inflação. Oito das nove maiores instituições do Estado, em número de alunos, consultadas pela Folha, farão aumentos de mensalidades inferiores a 15%. A inflação dos últimos 12 meses foi de 16,15%, segundo o INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor).
O índice também é abaixo do aconselhado pelo sindicato do setor. O Sieeesp (Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino no Estado de São Paulo) recomendou aumentos entre 15% e 20%.
Essas taxas repõem, segundo José Augusto de Mattos Lourenço, presidente da entidade, as perdas com impostos --a alíquota do PIS subiu de 0,65% para 1,65% e a da CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido), de 1,08% para 2,88%--, com a defasagem do último aumento de mensalidades em relação à inflação do período (de até 4% em algumas escolas) e com o dissídio salarial de professores de 13%.
"O mercado não é autofágico. Os índices que os pais aguentarão são de 9% a 12%. Ou aplica-se essas taxas ou as escolas terão um aumento da evasão e da inadimplência [hoje, em 10,8%]", afirma Hebe Tolosa, presidente da Associação de Pais e Alunos das Escolas do Estado de São Paulo. "Esse mercado é competitivo, e os pais irão buscar escolas mais baratas."
A Folha consultou os colégios Dante Alighieri (aumento de 13,5%), Visconde de Porto Seguro (15%), Salesiano Santa Teresinha (15%), Marista Arquidiocesano de São Paulo (entre 13% e 14%), Agostiniano Mendel (estimativa de 15%), Santa Cruz (13%), Bandeirantes (18%), Prebisteriano Mackenzie (estimativa de 9,8% a 12%) e Santa Maria (9%).
Lauro Staggiari, diretor-geral pedagógico do Colégio Dante Aligheri, diz que o orçamento familiar de seus alunos não suportaria um aumento maior. "Encontramos um índice que permite pagar as contas da instituição, causando um menor transtorno no orçamento familiar."
Ele diz que os investimentos da instituição serão pouco afetados. "No máximo, teremos algum atraso." Em 2004, será concluída a construção de um prédio que abrigará mais 500 alunos --hoje são cerca de 5.000 estudantes. "Em vez de outubro, poderemos entregar a obra em dezembro."
Já Mauro de Salles Aguiar, diretor-presidente do Colégio Bandeirantes, diz que as instituições de ensino serão prejudicadas pela medida provisória que aumenta a alíquota da Cofins (Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social), a partir de fevereiro, de 3% para 7,6% sobre o faturamento das empresas.
Segundo Aguiar, a escola deverá separar R$ 1,6 milhão a mais para o pagamento de impostos. Para ele, isso enxuga a capacidade de uma instituição fazer investimentos, como em tecnologia e na capacitação de professores.
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