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18/12/2003 - 10h03

Artigo: A água e a sua abundância relativa

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EDER MELGAR
Especial para a Folha de S. Paulo

Há bastante tempo, quando era um garotinho, aprendi que a maior parte da superfície da Terra era recoberta de água. Senti-me reconfortado. Nunca passaria sede. Atualmente, já não tenho tanta certeza disso.

Os oceanos cobrem 71% da superfície da Terra e contêm 96,5% de toda a água do planeta, que, como sabemos, é salgada, ou seja, quase inútil para o consumo. Claro, você pensou em dessalinizar essa água, mas não esqueça que esse ainda é um processo custoso e que a maioria dos países carentes não pode ter esse "luxo".

Os lagos de água salgada e a água subterrânea salina ou salobra contêm mais 1% da água do planeta Terra.

Caso não tenha errado a conta, sobraram 2,5%. É o que corresponde à parcela de água doce da Terra. Aproximadamente 70% dela está congelada, sobretudo na Antártida e na Groenlândia.

Vamos derretê-la? Nem precisa insistir. Já fazemos isso há algum tempo, e as conseqüências, como a elevação do nível dos oceanos e a acentuação da desorganização climática global, não são das mais animadoras.

Aproximadamente 30% da água doce é subterrânea e fica em lençóis muito profundos, de exploração difícil.

Vamos às contas novamente: se quase 70% estão congelados e cerca de 30% são subterrâneos, não deve sobrar muita água doce para os lagos e os rios. É verdade. Eles contêm apenas pouco mais de 0,25% do volume de água do nosso planeta.

Com esses números, fica mais fácil entender por que os vestibulares se preocupam em verificar se os alunos têm a noção de que a abundância de água é relativa e de que o gerenciamento de seus múltiplos usos, como geração de energia, transporte, abastecimento doméstico, industrial e, por mais estranho que pareça, assimilação ou afastamento de esgotos, é cada vez mais estratégico para um país.

Eder Melgar é coordenador de geografia do curso Intergraus
 

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