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03/04/2004
-
15h54
FÁBIO TAKAHASHI
da Folha Online
O professor da UERJ (Universidade do Estado do Rio de Janeiro) e pesquisador de políticas públicas, Pablo Gentili, criticou o modo como foi feita a expansão no ensino nos últimos anos no Brasil. Ao lado do ministro da Educação, Tarso Genro, ele foi um dos conferencistas deste sábado do Fórum Mundial de Educação São Paulo. O tema da exposição deles foi O Papel Social do Ensino Superior na Perspectiva de Uma Educação Cidadã.
"Hoje temos muitos na escola, é verdade. Mas há péssima qualidade nessas escolas. Queremos não só escolas para todos, mas escola boa para todos", afirmou.
O argentino Gentili afirmou que, em 2002, praticamente foi aberta uma universidade por dia, fato que ele classificou como "supermercado de diplomas". Ele criticou a gestão do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (1995-2002), dizendo que houve "lobby" na criação das novas instituições. O professor declarou que "o governo Lula é o meu governo".
Já o ministro Tarso Genro disse que, nas últimas décadas, o mercado passou a regular as políticas. Ele declarou que pretende inverter esse fato na educação, "fortalecendo e ampliando a universidade pública."
Durante seu discurso, Tarso foi vaiado e aplaudido ao mesmo tempo. As críticas foram feitas principalmente por cerca de 100 alunos de instituições públicas (USP, Unesp, Unicamp e UERJ), que colocaram nariz de palhaço e protestaram contra as propostas da reforma universitária feitas pelo Ministério da Educação (MEC). No final de sua exposição, sob vaias, o ministro afirmou que "se não sairmos do sedentarismo burguês, não haverá mudanças [no país]."
Uma das reivindicações dos estudantes é o aumento de vagas nas universidades públicas --item que também constou no discurso do ministro. "Falar é fácil. Mas o Universidade para Todos [programa que visa ocupar vagas nas instituições particulares em troca de isenção fiscal], por exemplo, só reforça o caráter privado da política do governo", afirmou Maurício Costa, representante dos estudantes, que discursou por cerca de cinco minutos.
Processo seletivo
O professor da UERJ Pablo Gentili criticou o vestibular, que classificou como excludente. "Aqui ninguém questiona o sistema. Parece até algo divino."
Para Gentili, uma das soluções seria a adoção da política de cotas --que a UERJ já implantou, destinando 20% das vagas a alunos negros.
"Quando começou, todos diziam que os cotistas não teriam capacidade para acompanhar o curso. Hoje, sabemos que eles são os melhores das turmas", afirmou.
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Tarso quer cotas também em universidades particulares
Para especialista, ensino no Brasil cresceu sem critérios
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da Folha Online
O professor da UERJ (Universidade do Estado do Rio de Janeiro) e pesquisador de políticas públicas, Pablo Gentili, criticou o modo como foi feita a expansão no ensino nos últimos anos no Brasil. Ao lado do ministro da Educação, Tarso Genro, ele foi um dos conferencistas deste sábado do Fórum Mundial de Educação São Paulo. O tema da exposição deles foi O Papel Social do Ensino Superior na Perspectiva de Uma Educação Cidadã.
"Hoje temos muitos na escola, é verdade. Mas há péssima qualidade nessas escolas. Queremos não só escolas para todos, mas escola boa para todos", afirmou.
O argentino Gentili afirmou que, em 2002, praticamente foi aberta uma universidade por dia, fato que ele classificou como "supermercado de diplomas". Ele criticou a gestão do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (1995-2002), dizendo que houve "lobby" na criação das novas instituições. O professor declarou que "o governo Lula é o meu governo".
Já o ministro Tarso Genro disse que, nas últimas décadas, o mercado passou a regular as políticas. Ele declarou que pretende inverter esse fato na educação, "fortalecendo e ampliando a universidade pública."
Durante seu discurso, Tarso foi vaiado e aplaudido ao mesmo tempo. As críticas foram feitas principalmente por cerca de 100 alunos de instituições públicas (USP, Unesp, Unicamp e UERJ), que colocaram nariz de palhaço e protestaram contra as propostas da reforma universitária feitas pelo Ministério da Educação (MEC). No final de sua exposição, sob vaias, o ministro afirmou que "se não sairmos do sedentarismo burguês, não haverá mudanças [no país]."
Uma das reivindicações dos estudantes é o aumento de vagas nas universidades públicas --item que também constou no discurso do ministro. "Falar é fácil. Mas o Universidade para Todos [programa que visa ocupar vagas nas instituições particulares em troca de isenção fiscal], por exemplo, só reforça o caráter privado da política do governo", afirmou Maurício Costa, representante dos estudantes, que discursou por cerca de cinco minutos.
Processo seletivo
O professor da UERJ Pablo Gentili criticou o vestibular, que classificou como excludente. "Aqui ninguém questiona o sistema. Parece até algo divino."
Para Gentili, uma das soluções seria a adoção da política de cotas --que a UERJ já implantou, destinando 20% das vagas a alunos negros.
"Quando começou, todos diziam que os cotistas não teriam capacidade para acompanhar o curso. Hoje, sabemos que eles são os melhores das turmas", afirmou.
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