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16/06/2004
-
09h12
da Folha de S. Paulo
Os estudantes da USP (Universidade de São Paulo) decidiram na madrugada de ontem, em assembléia, entrar em greve, acirrando o quadro de paralisação na universidade.
O primeiro ato dos alunos foi participar do trancamento do portão principal de acesso ao campus, que fica na rua Alvarenga, no Butantã (zona oeste de São Paulo), promovido ontem, a partir das 5h, pelos funcionários da USP, em greve já há 20 dias. Os professores e funcionários pedem reajuste salarial de 16%.
O Cruesp (Conselho dos Reitores das Universidades Estaduais de São Paulo) afirma ter ultrapassado o percentual de gastos com folha de pagamento previsto na Lei de Diretrizes Orçamentárias e não oferece nenhum reajuste.
Com o trancamento do portão, as aulas foram prejudicadas e o trânsito na região ficou complicado pela manhã. O portão foi reaberto no início da tarde. Segundo a Polícia Militar, a manifestação reuniu cerca de 360 pessoas.
Alunos e funcionários disseram que, apesar de o ato ter sido pacífico, policiais tentaram impedir o fechamento do portão lançando gás de pimenta contra os manifestantes. A Secretaria da Segurança negou que o gás tenha sido usado.
A reitoria da universidade chamou de "irresponsável" a manifestação que impediu o acesso ao campus. "Esse ato de violência é inaceitável", informou a reitoria em boletim divulgado ontem.
Greve estudantil
"Agora, com a participação dos estudantes, a greve, que já tem adesão superior àquela de 2000, vai ganhar também o colorido da participação dos alunos da universidade, que dão caráter político ao movimento", afirma Magno de Carvalho, presidente do sindicato dos funcionários da USP, que estima em mais de 80% a participação do funcionalismo na greve.
A USP diz que não há estimativa de quantos servidores estão parados, mas afirma que o sindicato superestima a adesão.
Segundo Márcio Rosa Azevedo, 23, diretor do Diretório Central dos Estudantes da USP, a participação dos alunos na greve ocorre com base em quatro reivindicações: aumento do repasse de ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) às universidades estaduais de 9,57% para 11,6%, apoio à reposição salarial de 16% pedida por professores e funcionários, democracia na universidade e o fim das fundações privadas dentro da USP.
"O ingresso dos estudantes na greve dá um novo alento ao movimento e unifica todas as categorias presentes na universidade na defesa do ensino público e de qualidade", afirma Francisco Miraglia, vice-presidente da Adusp, a associação de docentes da USP.
Hoje, às 13h, professores, funcionários e estudantes vão se concentrar no vão livre do Masp (na av. Paulista), de onde partirá uma passeata que vai até a Assembléia Legislativa de São Paulo, onde os manifestantes defenderão o aumento da dotação orçamentária das estaduais paulistas em audiência com o presidente da Casa.
Interior
Servidores em greve da USP de São Carlos também fecharam ontem os cinco portões de acesso ao campus por cerca de seis horas.
Embora a greve atinja todos os cursos do campus, parte dos professores e dos servidores continuava trabalhando. Com o fechamento dos portões, todas as atividades foram canceladas ontem.
Na USP de Ribeirão Preto, funcionários fizeram um pedágio no portão principal do campus.
Especial
Veja o que já foi publicado sobre a greve nas universidades
Alunos da USP decidem apoiar movimento grevista
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Os estudantes da USP (Universidade de São Paulo) decidiram na madrugada de ontem, em assembléia, entrar em greve, acirrando o quadro de paralisação na universidade.
O primeiro ato dos alunos foi participar do trancamento do portão principal de acesso ao campus, que fica na rua Alvarenga, no Butantã (zona oeste de São Paulo), promovido ontem, a partir das 5h, pelos funcionários da USP, em greve já há 20 dias. Os professores e funcionários pedem reajuste salarial de 16%.
O Cruesp (Conselho dos Reitores das Universidades Estaduais de São Paulo) afirma ter ultrapassado o percentual de gastos com folha de pagamento previsto na Lei de Diretrizes Orçamentárias e não oferece nenhum reajuste.
Edson Silva/Folha Imagem |
Servidores da USP de Ribeirão Preto fazem carreata na cidade |
Com o trancamento do portão, as aulas foram prejudicadas e o trânsito na região ficou complicado pela manhã. O portão foi reaberto no início da tarde. Segundo a Polícia Militar, a manifestação reuniu cerca de 360 pessoas.
Alunos e funcionários disseram que, apesar de o ato ter sido pacífico, policiais tentaram impedir o fechamento do portão lançando gás de pimenta contra os manifestantes. A Secretaria da Segurança negou que o gás tenha sido usado.
A reitoria da universidade chamou de "irresponsável" a manifestação que impediu o acesso ao campus. "Esse ato de violência é inaceitável", informou a reitoria em boletim divulgado ontem.
Greve estudantil
"Agora, com a participação dos estudantes, a greve, que já tem adesão superior àquela de 2000, vai ganhar também o colorido da participação dos alunos da universidade, que dão caráter político ao movimento", afirma Magno de Carvalho, presidente do sindicato dos funcionários da USP, que estima em mais de 80% a participação do funcionalismo na greve.
A USP diz que não há estimativa de quantos servidores estão parados, mas afirma que o sindicato superestima a adesão.
Segundo Márcio Rosa Azevedo, 23, diretor do Diretório Central dos Estudantes da USP, a participação dos alunos na greve ocorre com base em quatro reivindicações: aumento do repasse de ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) às universidades estaduais de 9,57% para 11,6%, apoio à reposição salarial de 16% pedida por professores e funcionários, democracia na universidade e o fim das fundações privadas dentro da USP.
"O ingresso dos estudantes na greve dá um novo alento ao movimento e unifica todas as categorias presentes na universidade na defesa do ensino público e de qualidade", afirma Francisco Miraglia, vice-presidente da Adusp, a associação de docentes da USP.
Hoje, às 13h, professores, funcionários e estudantes vão se concentrar no vão livre do Masp (na av. Paulista), de onde partirá uma passeata que vai até a Assembléia Legislativa de São Paulo, onde os manifestantes defenderão o aumento da dotação orçamentária das estaduais paulistas em audiência com o presidente da Casa.
Interior
Servidores em greve da USP de São Carlos também fecharam ontem os cinco portões de acesso ao campus por cerca de seis horas.
Embora a greve atinja todos os cursos do campus, parte dos professores e dos servidores continuava trabalhando. Com o fechamento dos portões, todas as atividades foram canceladas ontem.
Na USP de Ribeirão Preto, funcionários fizeram um pedágio no portão principal do campus.
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