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18/06/2004 - 08h54

Greve nas universidades paulistas atrapalha férias de julho

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da Folha de S. Paulo, em Campinas e Ribeirão Preto

A greve dos professores da USP (Universidade de São Paulo) e da Unesp (Universidade Estadual Paulista) por reajuste de salários e mais verbas para as universidades vai provocar o cancelamento de parte das férias de julho. Na Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), também haverá problemas.

A informação foi confirmada pelas universidades, que ainda não têm previsão de quantos dias devem ser utilizados para reposição de aulas. Os professores estimam que sejam necessárias de duas a quatro semanas.

O movimento começou no final de maio, em dias diferentes --na região de Ribeirão, a primeira paralisação atingiu a Unesp em Franca, no dia 24. Na USP, o primeiro campus a parar foi em São Carlos no dia 26. As principais reivindicações dos grevistas são 16% de reajuste salarial e contratação de mais profissionais.

Na região de Ribeirão, há três campi da Unesp --Araraquara, Franca e Jaboticabal-- e dois da USP --Ribeirão Preto e São Carlos--, que abrigam 19.023 alunos.

Segundo a presidente da Adusp (Associação dos Docentes da USP) de Ribeirão Preto, Helenice Varanda, se a greve acabasse hoje, pelo menos três das quatro semanas de férias seriam suspensas.

A entidade defende a reposição integral. Para o professor do CDCC (Centro de Divulgação Científica e Cultural) da USP de São Carlos Antonio Aprigio da Silva Curvelo, 49, se a greve se prolongar por muito mais tempo, a reposição, no entanto, será parcial, o que, segundo ele, compromete a qualidade do ensino.

"Qualquer paralisação afeta a qualidade do ensino. Mas continuar da forma como está é tornar esse ensino permanentemente ruim", disse o professor da USP de São Carlos Tom Marar, 45.

Segundo a assessoria da Unesp, cada unidade tem seu próprio calendário e terá de refazê-lo quando a paralisação terminar.

De acordo com o vice-diretor da Faculdade de História, Direito e Serviço Social de Franca, Ivan Aparecido Manoel, 52, se a greve terminasse hoje, os estudantes não teriam pausa em julho. "E se a paralisação se prolongar por mais uma ou duas semanas, teremos de avançar em dezembro para cumprir a legislação, que obriga a faculdade a ter pelo menos 200 dias letivos", disse.

Em Franca, as defesas de teses de mestrado e doutorado não foram suspensas, porque o aluno não pode perder os prazos, mas a graduação está parada.

O diretor da Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias da Unesp de Jaboticabal, Roberval Daiton Vieira, 52, disse que, provavelmente, terá de usar uma parte de julho para a reposição. "Há cinco anos isso não acontecia aqui. Não temos tradição em fazer paralisações", disse.

No Instituto de Química da Unesp, em Araraquara, se a greve acabar na próxima semana, as aulas devem se estender por pelo menos duas semanas em julho.

Unicamp

Cerca de 2.200 estudantes da Unicamp terão de repor os dias parados por conta da greve de professores e servidores, que entra hoje no 24º dia.

No entanto, ainda não foi definida data para a reposição nem a forma como será feita. Se o ano letivo estivesse prosseguindo normalmente, o semestre acabaria no próximo dia 8 de julho.

Para os alunos em que o curso está parcialmente parado, a diretoria acadêmica da Unicamp vai redimensionar os prazos de entrega de notas, levando em conta o calendário de reposição de aulas ainda a ser estabelecido, segundo a assessoria de imprensa. Em ocasiões anteriores, essa reposição foi feita durante as férias.

A última greve prolongada dos professores da Unicamp, ocorrida em 2000, durou 54 dias. Na ocasião, o ano letivo teve de ser prorrogado até 20 de janeiro.

Das 20 unidades de ensino e pesquisa da Unicamp, uma está completamente parada --o Instituto de Filosofia e Ciências Humanas. Outras quatro estão com atividades parcialmente paralisadas --a Faculdade de Educação, o Instituto de Artes, o Instituto de Estudos da Linguagem e a Faculdade de Engenharia Agrícola.

Segundo a presidente da Adunicamp (Associação dos Docentes da Unicamp), Maria Aparecida Moisés Affonso, os professores só discutirão a reposição das aulas após o término da greve. "Com certeza, as aulas terão de ser repostas durante o período de descanso", afirmou.

A universitária Maria Cláudia Ribeiro Gomes, 22, que cursa o segundo ano de música, está preocupada com o conteúdo das aulas que está perdendo.

"A reposição é uma ilusão. As aulas nunca serão dadas com a mesma profundidade. Nós somos os mais prejudicados", disse.

A greve

Os funcionários e os professores das três universidades estaduais paulistas estão em greve desde o dia 26 de maio e querem 16% de reajuste salarial.

No entanto, o Cruesp (Conselho de Reitores das Universidades Estaduais Paulistas) justifica não ter margem de recursos imediata para oferecer o aumento e condiciona o reajuste a um aumento de arrecadação de ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços). Hoje, às 15h, ocorre a quinta rodada de negociações entre o Fórum das Seis --entidade que representa as três universidades-- e os reitores.

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