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23/06/2004 - 04h24

Para a UnB, 21 rejeitados agora são negros

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da Folha de S.Paulo, em Brasília

A UnB (Universidade de Brasília) acatou o recurso da maioria dos alunos que não concordaram com a exclusão do sistema de cotas para negros e pardos. O Cespe (Centro de Seleção e de Promoção de Eventos), responsável pelo vestibular da UnB, homologou ontem a inscrição de 21 dos 34 alunos que entraram com recurso.

Do total dos 27.389 inscritos no vestibular --são 1.994 vagas oferecidas--, 4.385 se declararam negros ou pardos para participar da seleção especial. Com base em fotografias tiradas no ato da inscrição, a universidade decidiu não aceitar 212 desses candidatos nas cotas para negros.

Desses, 34 fizeram pedido de reconsideração. Quem não foi aceito passou a constar automaticamente da lista de demais inscritos.

No início do mês, todos esses estudantes passaram por entrevistas, que incluíram perguntas como: "Você tem ou já teve alguma ligação com o movimento negro?", "Já se sentiu discriminado por causa da sua cor?" e "Antes de se inscrever no vestibular, já tinha pensado em você como um negro?". Os entrevistadores eram professores da universidade e membros de organizações não-governamentais ligadas à defesa dos direitos dos negros.

Os entrevistadores também perguntaram os motivos que levaram os candidatos a optar pelas cotas. Além da entrevista, os alunos entregaram à comissão fotos de familiares que comprovariam a origem étnica de cada um.

Concorrência menor

Agora, os 21 que tiveram o recurso acatado vão concorrer às vagas reservadas aos negros, para as quais a concorrência é bem menor em 58 dos 61 cursos oferecidos pela instituição no vestibular deste mês.

No caso de medicina, por exemplo, enquanto a concorrência geral será de 82,41 inscritos por vaga, no sistema de cotas, cai para 32,71 candidatos por vaga.

Se todos os 2.390 candidatos ao curso de medicina disputassem as 36 vagas da carreira oferecidas pela universidade, a concorrência seria de 66,39 inscritos/vaga.

A prova da UnB será aplicada no próximo final de semana. Será a mesma para todos os alunos, inclusive para os que disputam uma vaga por meio das cotas.

Para o diretor acadêmico do Cespe, Mauro Rabelo, a diferença no número de concorrentes entre os dois sistemas não significa que ficou mais fácil entrar na universidade. Na opinião ele, a concorrência alta em cursos como medicina e direito, mesmo entre os candidatos negros, aponta que a disputa será equilibrada.

A universidade foi a primeira federal a reservar cotas para negros e pardos em seu vestibular.

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