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11/08/2004 - 18h56

Vaiado, ministro da Educação chama críticos de pequenos burgueses

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FÁBIO TAKAHASHI
da Folha Online

O ministro da Educação, Tarso Genro, foi vaiado nesta quarta-feira (11), Dia do Estudante, em debate público na Assembléia Legislativa de São Paulo. Em resposta, ele chamou os manifestantes de "fascistas" e "pequenos burgueses".

Tarso foi convidado a fazer uma palestra na assembléia sobre a reforma universitária. Um grupo formado por alunos das universidades públicas de São Paulo e representantes da UNE (União Nacional dos Estudantes) vaiaram e fizeram um apitaço durante o discurso do ministro.

Quando citou o projeto de cotas nas universidades federais, o ministro teve o apoio dos integrantes do MSU (Movimento dos Sem Universidade) e da Educafro (Educação e Cidadania de Afrodescendentes e Carentes). O auditório, com capacidade para cerca de 300 pessoas, estava lotado.

Durante seu discurso, Tarso chamou de "fascistas" seus críticos. Foi o mesmo termo usado no final de junho em relação a estudantes que protestaram em Manaus, na primeira reunião regional do ministério para discutir a reforma.

"Quem é que eles representam? Eles são da pequena burguesia, que já está na universidade", afirmou o ministro, mais tarde, em entrevista coletiva. "Esse pessoal é minoritário, que foi derrotado no congresso da UNE", completou, citando a reunião da entidade que fechou sua proposta de reforma.

A UNE defende alguns pontos do projeto do governo, como a política de cotas nas instituições federais de ensino superior, mas diverge na reserva de vagas a alunos de baixa renda em entidades privadas, em troca de isenção fiscal. Em coro, os manifestantes classificaram como privatização esse projeto, chamando de Prouni (Universidade para Todos).

Outra reclamação do movimento foi não ter tido oportunidade de falar no debate. "Não era uma audiência pública. Mesmo assim, eles foram convidados a falar, desde que respeitassem as outras opiniões. Eles não aceitaram", afirmou o deputado Cândido Vaccarezza (PT), que convidou o ministro ao debate.

A reforma

O Ministério da Educação prepara uma proposta de reforma universitária. Até novembro, o projeto final deve ser enviado ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva e, em seguida, ao Congresso.

Alguns dos pontos já definidos são reserva de vagas a alunos da rede pública em universidades federais, criação de um ciclo básico nos cursos e tornar obrigatório o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), que poderia ter maior participação no processo seletivo das instituições.

Por outro lado, o ministério já enviou ao Congresso o Prouni, projeto de lei que visa, entre outros pontos, dar isenção fiscal às universidades com fins lucrativos que destinarem uma porcentagem fixa das vagas a estudantes de baixa renda. Atualmente, o texto fala em 10%, mas pode ser mudado.

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