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01/12/2000
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19h46
A Justiça Federal do Rio concedeu ontem o direito da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) voltar a se chamar Universidade do Brasil. A instituição foi obrigada a mudar de nome em 1965, por imposição da ditadura militar, que alegou, na época, que todas as universidades federais deveriam ter o mesmo tipo de nomenclatura para facilitar a administração por parte do governo.
Além de recuperar seu nome original, a universidade também fez o registro da patente da marca junto ao Inpi (Instituto Nacional de Propriedade Industrial), ganhando a briga contra uma instituição privada do Paraná que também pleiteava se chamar Universidade do Brasil.
A novidade foi anunciada hoje pelo reitor José Henrique Vilhena, durante as cerimônias de comemoração dos 80 anos da instituição. Para o reitor, a mudança de nome imposta pelos militares em 1965 foi uma tentativa de enfraquecer a universidade, que representava uma ameaça à soberania da ditadura no poder.
"A lei de 1965 deve ser considerada ofensiva a todos nós e ao país, pois o que se pretendeu, naquela hora, foi calar a inteligência e a juventude brasileira, retirando de todos nós um símbolo perene da democracia e do saber", afirmou.
O historiador Afonso Marques dos Santos, coordenador do Fórum de Ciência e Cultura da universidade, acredita que o verdadeiro objetivo dos militares era esvaziar a força simbólica da instituição no cenário brasileiro, igualando-a a todas as outras universidades federais.
"A troca do nome não teve o objetivo de atingir apenas a instituição universitária, mas a própria vida cultural e política da cidade do Rio de Janeiro, na época capital da república. A Universidade do Brasil era a soma de instituições matrizes do ensino superior no país, da medicina ao direito, da engenharia à arquitetura, das belas artes à escola de música. Isso sem falar no Museu Nacional. A instituição resultou de um projeto nacional, que espelha o fato de o Rio de Janeiro ser uma espécie de síntese do país", disse.
Para o antropólogo Gilberto Velho, do Museu Nacional, a recuperação da nomenclatura da Universidade do Brasil reafirma a importância histórica do Rio de Janeiro. "A cidade foi capital durante a Colônia, o Reinado, o Império e a República. A Universidade do Brasil representa tudo isso", afirmou.
O antropólogo acredita que, com o nome tradicional, a instituição terá de volta sua real dimensão. "A denominação original distinguia a universidade de outras, conferindo-lhe um caráter e um peso especiais. E ela, efetivamente, foi a primeira e principal universidade federal do país. Recuperar o nome é recuperar sua identidade", disse.
As informações são da Agência PontoEDU.
UFRJ vai voltar a se chamar Universidade do Brasil
da Folha OnlineA Justiça Federal do Rio concedeu ontem o direito da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) voltar a se chamar Universidade do Brasil. A instituição foi obrigada a mudar de nome em 1965, por imposição da ditadura militar, que alegou, na época, que todas as universidades federais deveriam ter o mesmo tipo de nomenclatura para facilitar a administração por parte do governo.
Além de recuperar seu nome original, a universidade também fez o registro da patente da marca junto ao Inpi (Instituto Nacional de Propriedade Industrial), ganhando a briga contra uma instituição privada do Paraná que também pleiteava se chamar Universidade do Brasil.
A novidade foi anunciada hoje pelo reitor José Henrique Vilhena, durante as cerimônias de comemoração dos 80 anos da instituição. Para o reitor, a mudança de nome imposta pelos militares em 1965 foi uma tentativa de enfraquecer a universidade, que representava uma ameaça à soberania da ditadura no poder.
"A lei de 1965 deve ser considerada ofensiva a todos nós e ao país, pois o que se pretendeu, naquela hora, foi calar a inteligência e a juventude brasileira, retirando de todos nós um símbolo perene da democracia e do saber", afirmou.
O historiador Afonso Marques dos Santos, coordenador do Fórum de Ciência e Cultura da universidade, acredita que o verdadeiro objetivo dos militares era esvaziar a força simbólica da instituição no cenário brasileiro, igualando-a a todas as outras universidades federais.
"A troca do nome não teve o objetivo de atingir apenas a instituição universitária, mas a própria vida cultural e política da cidade do Rio de Janeiro, na época capital da república. A Universidade do Brasil era a soma de instituições matrizes do ensino superior no país, da medicina ao direito, da engenharia à arquitetura, das belas artes à escola de música. Isso sem falar no Museu Nacional. A instituição resultou de um projeto nacional, que espelha o fato de o Rio de Janeiro ser uma espécie de síntese do país", disse.
Para o antropólogo Gilberto Velho, do Museu Nacional, a recuperação da nomenclatura da Universidade do Brasil reafirma a importância histórica do Rio de Janeiro. "A cidade foi capital durante a Colônia, o Reinado, o Império e a República. A Universidade do Brasil representa tudo isso", afirmou.
O antropólogo acredita que, com o nome tradicional, a instituição terá de volta sua real dimensão. "A denominação original distinguia a universidade de outras, conferindo-lhe um caráter e um peso especiais. E ela, efetivamente, foi a primeira e principal universidade federal do país. Recuperar o nome é recuperar sua identidade", disse.
As informações são da Agência PontoEDU.
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