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28/02/2005
-
10h07
ROBERTO DE OLIVEIRA
da Revista da Folha
A abertura ontem do novo campus da USP na zona leste da capital paulista, com as presenças do governador Geraldo Alckmin e do prefeito José Serra, foi marcada por um protesto de cerca de cem pessoas. Com faixas e cartazes, eles pediram cotas para estudantes da região, além de asfalto e regularização de terrenos.
"Um, dois, três, quatro, cinco seis, se a USP é do povo por que só tem burguês?", gritavam, abafando o discurso de abertura feito por João Carlos de Souza Meirelles, secretário estadual de Ciência, Tecnologia, Desenvolvimento Econômico e Turismo.
"Saúdam o povo, não os políticos", diziam os estudantes ligados à ONG Educafro, que organiza cursos pré-vestibulares comunitários e reivindica cotas nas universidades estaduais paulistas. "Queremos medicina, direito, engenharia", disse Narciso Portela, 24, coordenador da Educafro Leste-Penha. O estatuto da USP proíbe que uma mesma cidade tenha dois cursos iguais.
"Se escolheram a zona leste para desmistificar uma universidade tida como elitista, por que não reservaram no mínimo 80% das vagas para os seus moradores?", perguntava Greici Kelly Maia, 17. Segundo a PM, cerca de mil pessoas participaram do evento.
"Se Mário Covas estivesse aqui, iria falar dos espíritos de porco que estão sempre presentes em todas as inaugurações", criticou Serra. Acabou aplaudido.
A poeira baixou no discurso de Alckmin. "Homenageando Milton Nascimento, a universidade deve ir aonde o povo está. Aqui vivem 4,5 milhões de pessoas."
Dos 1.020 alunos aprovados para os cursos da nova unidade, 39% possuem renda familiar abaixo de R$ 1.500; 47% cursaram o ensino médio em escola pública, 21% são negros e 31% moram na zona leste, segundo Alckmin.
Ele prometeu reforçar a segurança do local, além de fazer uma parceira com a prefeitura para melhorar as condições de acesso.
A USP Leste abrigará a Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH), com dez novos cursos: gestão ambiental, sistemas de informação, gestão de políticas públicas, marketing, licenciatura em ciências da natureza, lazer e turismo, tecnologia têxtil e da indumentária, ciências da atividade física, gerontologia e obstetrícia.
Adolpho José Melfi, reitor da USP, disse que os "cursos são inovadores e com grande oportunidade de trabalho". Quanto à principal queixa dos manifestantes, foi enfático: "o importante é ampliar vagas, mas o critério continuará sendo o do mérito".
Especial
Leia o que já foi publicado sobre a USP Leste
Protesto marca abertura da USP Leste
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da Revista da Folha
A abertura ontem do novo campus da USP na zona leste da capital paulista, com as presenças do governador Geraldo Alckmin e do prefeito José Serra, foi marcada por um protesto de cerca de cem pessoas. Com faixas e cartazes, eles pediram cotas para estudantes da região, além de asfalto e regularização de terrenos.
"Um, dois, três, quatro, cinco seis, se a USP é do povo por que só tem burguês?", gritavam, abafando o discurso de abertura feito por João Carlos de Souza Meirelles, secretário estadual de Ciência, Tecnologia, Desenvolvimento Econômico e Turismo.
"Saúdam o povo, não os políticos", diziam os estudantes ligados à ONG Educafro, que organiza cursos pré-vestibulares comunitários e reivindica cotas nas universidades estaduais paulistas. "Queremos medicina, direito, engenharia", disse Narciso Portela, 24, coordenador da Educafro Leste-Penha. O estatuto da USP proíbe que uma mesma cidade tenha dois cursos iguais.
"Se escolheram a zona leste para desmistificar uma universidade tida como elitista, por que não reservaram no mínimo 80% das vagas para os seus moradores?", perguntava Greici Kelly Maia, 17. Segundo a PM, cerca de mil pessoas participaram do evento.
"Se Mário Covas estivesse aqui, iria falar dos espíritos de porco que estão sempre presentes em todas as inaugurações", criticou Serra. Acabou aplaudido.
A poeira baixou no discurso de Alckmin. "Homenageando Milton Nascimento, a universidade deve ir aonde o povo está. Aqui vivem 4,5 milhões de pessoas."
Dos 1.020 alunos aprovados para os cursos da nova unidade, 39% possuem renda familiar abaixo de R$ 1.500; 47% cursaram o ensino médio em escola pública, 21% são negros e 31% moram na zona leste, segundo Alckmin.
Ele prometeu reforçar a segurança do local, além de fazer uma parceira com a prefeitura para melhorar as condições de acesso.
A USP Leste abrigará a Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH), com dez novos cursos: gestão ambiental, sistemas de informação, gestão de políticas públicas, marketing, licenciatura em ciências da natureza, lazer e turismo, tecnologia têxtil e da indumentária, ciências da atividade física, gerontologia e obstetrícia.
Adolpho José Melfi, reitor da USP, disse que os "cursos são inovadores e com grande oportunidade de trabalho". Quanto à principal queixa dos manifestantes, foi enfático: "o importante é ampliar vagas, mas o critério continuará sendo o do mérito".
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