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06/03/2005
-
09h02
THAÍS NICOLETI DE CAMARGO
Especial para a Folha
Se é verdade que o exame vestibular é um mal necessário, já que não há vagas para todos, é preciso que haja critérios claros para fazer essa seleção.
O critério assumido pelas escolas em geral tem sido o do conhecimento --daí as provas para as quais o estudante se prepara. Poderia ser outro: do sorteio à seleção socioeconômica, cabem muitas opções. O fato é que se alardeia que é preciso saber umas tantas coisas para entrar na faculdade.
A maioria dos estudantes passa por um período de estresse durante a preparação para os exames. É grande a preocupação com o desempenho nas provas.
Os vestibulares mais importantes do país valorizam muito o exame de redação, pois é por meio da produção textual do aluno que se pode aferir com mais propriedade o seu grau de maturidade tanto intelectual como emocional.
Por meio da redação, é possível perceber como o jovem se insere no mundo, como metaboliza as informações que recebe dos mais variados meios de comunicação e como articula tudo isso num discurso próprio. O nível lingüístico do texto (uso dos recursos de expressão, conhecimento da norma culta etc.) indica seu grau de intimidade com a leitura, o que é importante para todos aqueles que desejam ser universitários.
Os rascunhos dos textos das duas alunas de oitava série que conseguiram vagas na universidade revelam um modo ainda infantil de apreender a realidade. Uma das redações apresenta uma espécie de colagem de frases, sem articulação, sem objetivo (como se redigir fosse enumerar frases soltas sobre um mesmo tema). Falta espírito crítico mesmo considerando a escolaridade da candidata.
A outra redação arrola algumas frases feitas num discurso um tanto panfletário e emocional, sem critério organizacional. Do ponto de vista estritamente lingüístico, são textos ainda pobres, com erros primários de grafia etc.
Resta saber que critérios foram usados para considerar autores de textos ainda tão imaturos aptos a ingressar num curso superior de história. No mínimo, a universidade está tomando para si um papel que não deveria ser seu: o de ensinar o básico.
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Especial para a Folha
Se é verdade que o exame vestibular é um mal necessário, já que não há vagas para todos, é preciso que haja critérios claros para fazer essa seleção.
O critério assumido pelas escolas em geral tem sido o do conhecimento --daí as provas para as quais o estudante se prepara. Poderia ser outro: do sorteio à seleção socioeconômica, cabem muitas opções. O fato é que se alardeia que é preciso saber umas tantas coisas para entrar na faculdade.
A maioria dos estudantes passa por um período de estresse durante a preparação para os exames. É grande a preocupação com o desempenho nas provas.
Os vestibulares mais importantes do país valorizam muito o exame de redação, pois é por meio da produção textual do aluno que se pode aferir com mais propriedade o seu grau de maturidade tanto intelectual como emocional.
Por meio da redação, é possível perceber como o jovem se insere no mundo, como metaboliza as informações que recebe dos mais variados meios de comunicação e como articula tudo isso num discurso próprio. O nível lingüístico do texto (uso dos recursos de expressão, conhecimento da norma culta etc.) indica seu grau de intimidade com a leitura, o que é importante para todos aqueles que desejam ser universitários.
Os rascunhos dos textos das duas alunas de oitava série que conseguiram vagas na universidade revelam um modo ainda infantil de apreender a realidade. Uma das redações apresenta uma espécie de colagem de frases, sem articulação, sem objetivo (como se redigir fosse enumerar frases soltas sobre um mesmo tema). Falta espírito crítico mesmo considerando a escolaridade da candidata.
A outra redação arrola algumas frases feitas num discurso um tanto panfletário e emocional, sem critério organizacional. Do ponto de vista estritamente lingüístico, são textos ainda pobres, com erros primários de grafia etc.
Resta saber que critérios foram usados para considerar autores de textos ainda tão imaturos aptos a ingressar num curso superior de história. No mínimo, a universidade está tomando para si um papel que não deveria ser seu: o de ensinar o básico.
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