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03/01/2006 - 10h46

Amigo de cursinho faz a diferença

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CONSTANÇA TATSCH
SIMONE HARNIK
da Folha de S.Paulo

Depois de meses de estudo e de dedicação, entrar em uma boa faculdade e abandonar o cursinho é o sonho dos vestibulandos. Saudades das apostilas, poucos vão sentir, mas aquele companheiro de sala que sofreu junto vai ser difícil de esquecer.

Diferentemente das amizades do colégio ou da faculdade, que têm anos para se consolidar, as relações do cursinho são construídas em menos tempo. Podem não durar para sempre, mas são fundamentais nesta época marcante.

Daniel Kushida, 19, que pretende entrar no curso de engenharia, é o ponto de união entre vários colegas do cursinho. "Passo o dia inteiro aqui, então, na hora do almoço, a gente tem de dar uma descontraída. O pessoal conversa bastante antes de ir para a sala de estudo ou quando termina o dia. Todo mundo se ajuda", conta.

Entre as histórias que se acumulam em dois anos de aulas, uma delas envolve até a família no cursinho. "Eu encontrava o Caio [Kunitake, 21] na sala de estudo, mas não conversava. Um dia teve uma festa da família em que ele estava. Então, perguntei: "Você é do cursinho, não é?'". A resposta mais inusitada foi a que Daniel recebeu da mãe: os dois vestibulandos, além de colegas de cursinho, são primos.

Companheirismo

"Eles se compreendem porque a luta é a mesma. Nem sempre as famílias entendem como é difícil entrar na faculdade, e ter amigos numa situação semelhante é importante", diz Vera Lúcia da Costa Antunes, coordenadora do curso e colégio Objetivo.

Ela viu há poucas semanas uma prova dessa amizade, quando uma menina ficou triste por não ter passado para a segunda fase da Fuvest. "Ela estava chorando desesperada porque não tinha conseguido. Os colegas já foram ali e ficaram com ela."

O companheirismo aparece em situações cotidianas, como dividir o fone do discman durante o intervalo. "Tenho visto cada situação maravilhosa. Realmente eles se curtem, têm amor um pelo outro, sofrem juntos", conta Vera.

Para os especialistas, é natural que os estudantes se aproximem assim. "Existem afinidades e identificações porque estão todos no mesmo barco. É importante não se sentir sozinho. Se você está angustiado e pode trocar com alguém, é um grande alívio", afirma Antonio Carlos Amador Pereira, psicoterapeuta de adolescentes e adultos e professor na Faculdade de Psicologia da PUC.

"Para quem faz mais de um ano de cursinho, ter uma turma é aquele apoio. Só quem está passando por isso é que pode saber", concorda Roberta Yumi, 19, que presta vestibular pela segunda vez para o curso de estatística (e também é amiga de Daniel).

De acordo com Luciana Kanaji, orientadora educacional do Etapa, esse apoio é ainda mais importante quando os estudantes chegam ao cursinho e ao final do ano, época das provas.

Depois da matrícula na faculdade, ninguém pode prever o que vai acontecer, porque, às vezes, além de cursos e universidades diferentes, os novos calouros mudam de cidade. "Mas existem amizades que duram e vão embora pela vida", aposta Vera.

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