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09/01/2006
-
09h16
SIMONE HARNIK
da Folha de S. Paulo
Depois de um tema de redação considerado difícil e pouco claro no processo seletivo de 2005, a Fuvest, fundação que realiza o vestibular para a USP, propôs ontem uma dissertação clássica aos 29.340 candidatos que prestaram a prova de português, a primeira da etapa final do vestibular. O assunto escolhido foi o "trabalho".
No último exame, a banca elaboradora dividiu opiniões ao propor que os candidatos dissertassem sobre a "descatracalização da vida" - em alusão a uma catraca que, em 2004, foi colocada em um pedestal no largo do Arouche (região central de São Paulo) por um grupo de artistas que criticavam o controle do capital e do governo sobre os cidadãos.
"A prova de redação está mais fácil. A do ano passado confundiu o candidato. Neste ano, acredito que isso não vai acontecer", afirma a professora do laboratório de redação do Objetivo, Maria Aparecida Custódio.
A opinião é compartilhada pela coordenadora do Etapa, Célia Passoni: "Estava bem mais acessível. O próprio estudante tem em vista uma profissão e um trabalho quando presta o vestibular. Faz parte da realidade do estudante."
Se a proposta da redação foi considerada mais fácil e direta, as questões, segundo professores de cursinho, ficaram mais exigentes neste ano. "As perguntas exigiam maior interpretação e o enunciado possibilitava muitas respostas", afirma Camila de Oliveira, 19, que presta vestibular para a carreira de farmácia.
"Algumas questões foram bastante complexas", diz Célia. "As perguntas de literatura não exigiam um profundo conteúdo", avalia o professor do Objetivo, Nelson Dutra. "Mas a prova acabou exigindo leitura, capacitação lingüística, análise de texto."
Para Dacio de Castro, coordenador de português do Anglo, a prova não foi mais difícil, mas sim, rigorosa: "Exigiu leitura madura das obras da lista".
Abstenção
Dos 31.104 estudantes convocados para a segunda fase, 1.764 deixaram de fazer a prova de português, levando a uma abstenção de 5,67%. O índice foi o maior dos últimos vestibulares e ficou próximo ao de 2003, que foi de 5,47%.
Dalton Félix, 20, que se inscreveu no vestibular para matemática foi um dos que não conseguiram chegar a tempo. Ele alcançou o prédio da Escola Politécnica da USP, onde deveria fazer a prova, às 13h10, quando os portões já estavam fechados. "Saí de casa, em Taboão, às 11h30. O problema é que eu entrei no Instituto Butantã, que estava fechado."
Hoje, acontecem as provas dissertativas de história ou química, conforme a opção de carreira do candidato. O fechamento dos portões acontece às 13h e a Fuvest recomenda a chegada com uma hora de antecedência.
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da Folha de S. Paulo
Depois de um tema de redação considerado difícil e pouco claro no processo seletivo de 2005, a Fuvest, fundação que realiza o vestibular para a USP, propôs ontem uma dissertação clássica aos 29.340 candidatos que prestaram a prova de português, a primeira da etapa final do vestibular. O assunto escolhido foi o "trabalho".
No último exame, a banca elaboradora dividiu opiniões ao propor que os candidatos dissertassem sobre a "descatracalização da vida" - em alusão a uma catraca que, em 2004, foi colocada em um pedestal no largo do Arouche (região central de São Paulo) por um grupo de artistas que criticavam o controle do capital e do governo sobre os cidadãos.
"A prova de redação está mais fácil. A do ano passado confundiu o candidato. Neste ano, acredito que isso não vai acontecer", afirma a professora do laboratório de redação do Objetivo, Maria Aparecida Custódio.
A opinião é compartilhada pela coordenadora do Etapa, Célia Passoni: "Estava bem mais acessível. O próprio estudante tem em vista uma profissão e um trabalho quando presta o vestibular. Faz parte da realidade do estudante."
Se a proposta da redação foi considerada mais fácil e direta, as questões, segundo professores de cursinho, ficaram mais exigentes neste ano. "As perguntas exigiam maior interpretação e o enunciado possibilitava muitas respostas", afirma Camila de Oliveira, 19, que presta vestibular para a carreira de farmácia.
"Algumas questões foram bastante complexas", diz Célia. "As perguntas de literatura não exigiam um profundo conteúdo", avalia o professor do Objetivo, Nelson Dutra. "Mas a prova acabou exigindo leitura, capacitação lingüística, análise de texto."
Para Dacio de Castro, coordenador de português do Anglo, a prova não foi mais difícil, mas sim, rigorosa: "Exigiu leitura madura das obras da lista".
Abstenção
Dos 31.104 estudantes convocados para a segunda fase, 1.764 deixaram de fazer a prova de português, levando a uma abstenção de 5,67%. O índice foi o maior dos últimos vestibulares e ficou próximo ao de 2003, que foi de 5,47%.
Dalton Félix, 20, que se inscreveu no vestibular para matemática foi um dos que não conseguiram chegar a tempo. Ele alcançou o prédio da Escola Politécnica da USP, onde deveria fazer a prova, às 13h10, quando os portões já estavam fechados. "Saí de casa, em Taboão, às 11h30. O problema é que eu entrei no Instituto Butantã, que estava fechado."
Hoje, acontecem as provas dissertativas de história ou química, conforme a opção de carreira do candidato. O fechamento dos portões acontece às 13h e a Fuvest recomenda a chegada com uma hora de antecedência.
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