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09/02/2006
-
10h40
DANIELA TÓFOLI
da Folha de S.Paulo
Os computadores não funcionam faz tempo, os muros estão pichados e os banheiros, quebrados. Quem passa na frente da escola estadual Professor José Monteiro Boanova, no Alto da Lapa, zona oeste, não pode imaginar que ali está o melhor ensino público da capital. Com exceção de colégios técnicos e Cefams (centros de formação do magistério), ela lidera entre as escolas gratuitas no ranking do Enem, com média 55,31.
Os cerca de mil alunos têm aula em meio a praças, jardins e mansões, mas moram longe, em regiões como Pirituba e Rio Pequeno. Chegam na 5ª série (há turmas da 5ª do fundamental ao 3º ano do ensino médio) com aprendizagem defasada. Em muitos casos, contam os professores, é preciso realfabetizá-los.
Para a diretora Eloá de Carvalho, esse trabalho individualizado resulta no ensino de qualidade. "Nossos professores não são acomodados. Todo mundo se dedica bastante e tem boa formação", diz. "A boa escola precisa de bons educadores muito mais que de tecnologia." É por isso, conta, que ninguém sente falta da sala de informática.
Júlia Carolina Sandrini, 17, faz parte do grupo que entrou direto da escola pública no vestibular. "Passei em biologia da Uniban sem cursinho. Acho que tudo funciona aqui porque os professores não faltam e pegam no pé", diz a agora caloura.
"Neste ano será melhor. No ano passado, havia só um funcionário para a limpeza e um inspetor para cada turno", conta a diretora. "Agora, teremos cinco."
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Os computadores não funcionam faz tempo, os muros estão pichados e os banheiros, quebrados. Quem passa na frente da escola estadual Professor José Monteiro Boanova, no Alto da Lapa, zona oeste, não pode imaginar que ali está o melhor ensino público da capital. Com exceção de colégios técnicos e Cefams (centros de formação do magistério), ela lidera entre as escolas gratuitas no ranking do Enem, com média 55,31.
Os cerca de mil alunos têm aula em meio a praças, jardins e mansões, mas moram longe, em regiões como Pirituba e Rio Pequeno. Chegam na 5ª série (há turmas da 5ª do fundamental ao 3º ano do ensino médio) com aprendizagem defasada. Em muitos casos, contam os professores, é preciso realfabetizá-los.
Para a diretora Eloá de Carvalho, esse trabalho individualizado resulta no ensino de qualidade. "Nossos professores não são acomodados. Todo mundo se dedica bastante e tem boa formação", diz. "A boa escola precisa de bons educadores muito mais que de tecnologia." É por isso, conta, que ninguém sente falta da sala de informática.
Júlia Carolina Sandrini, 17, faz parte do grupo que entrou direto da escola pública no vestibular. "Passei em biologia da Uniban sem cursinho. Acho que tudo funciona aqui porque os professores não faltam e pegam no pé", diz a agora caloura.
"Neste ano será melhor. No ano passado, havia só um funcionário para a limpeza e um inspetor para cada turno", conta a diretora. "Agora, teremos cinco."
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