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23/06/2006 - 15h57

Escolas latino-americanas perdem um aluno a cada 28 segundos, diz fundação

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FABIANA FUTEMA
Enviada especial da Folha Online a Mata do São João (BA)

O índice de evasão escolar na América Latina assusta o empresariado brasileiro. A cada 28 segundos um estudante latino-americano abandona a escola, segundo cálculo apresentado nesta sexta-feira pela Fundação Lemann.

Para dar uma dimensão do problema, a fundação montou na conferência "Ações de Responsabilidade Social em Educação: Melhores Práticas na América Latina", que acontece até amanhã na Bahia, um relógio que mede a quantidade de alunos que terão abandonado a escola até o final do evento.

"Queremos mostrar o censo de urgência de realizar investimentos em educação", disse a diretora-executiva da Fundação Lemann, Ilona Becskeházy.

Ela aproveitou a conferência, que reúne parcela significativa do PIB (Produto Interno Bruto), para divulgar o cálculo de evasão escolar. "A idéia é fazer com que cada um saia do evento incomodado com a realidade e com a vontade de começar a fazer alguma coisa pela educação a partir de segunda-feira."

Segundo Becskeházy, o cálculo da taxa de evasão escolar foi feito com base em dados da Cepal (Comissão Econômica para a América Latina e Caribe) para 14 países, como Brasil, Argentina, Bolívia, Chile, Venezuela, entre outros.

Com base nesses dados, Becskeházy separou o público de 15 a 19 anos e mediu o índice de evasão escolar dessa amostra. A partir daí, ela chegou à média de abandono da escola desse público no período de 12 meses, de um dia, de uma hora até chegar à taxa de um aluno a cada 28 segundos.

Segundo ela, a taxa de evasão escolar no Brasil é maior que a média da América Latina. No Brasil, 31,4 jovens largam a escola a cada uma hora.

Para reverter esse cenário, a Fundação Lemann reuniu um grupo de acadêmicos, empresários, ministros e ex-ministros do Brasil e de países latino-americanos para discutir o problema da educação na região. Entre as soluções discutidas estão parcerias com o setor privado.

"O maior problema da educação não é a falta de dinheiro. O maior problema é a falta de uma gestão eficiente. O empresário sabe fazer acontecer, sabe articular pessoas e recursos para atingir seus objetivos. O ensino público precisa de competência gerencial", disse Paulo Cunha, do grupo Ultra.

Segundo ele, a preocupação com a qualidade da educação entrou na pauta de discussão de toda a sociedade. "A má qualidade da educação é um elemento perpetuador de desigualdade social. No mundo globalizado, quem não ficar rico como a China terá de ir para a África. Para o futuro do país, precisamos reverter esse problema."

*A jornalista viajou a convite da Fundação Lemann

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