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20/11/2006 - 09h05

Avanço de minoria é maior nas particulares

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da Folha de S.Paulo, no Rio

O percentual de negros e pardos no ensino superior cresceu mais na rede privada do que na pública, mas esta última ainda apresenta uma composição racial mais próxima da encontrada na população brasileira.

Desde 2001, primeiro ano em que a Pnad permite separar os dados por rede pública ou privada, o percentual de aumento de negros e pardos nas particulares foi de 223%. Nas públicas, essa variação foi de 140%.

Os brancos, em ambos os tipos de instituição, também não deixaram de crescer em números absolutos (130% nas particulares e 111% na pública), mas sua participação no total cai porque esse crescimento foi inferior ao dos demais.

Por causa desse aumento, a proporção de negros e pardos nas públicas chega a 36,6%. Analisando apenas os negros, ela fica em 5,3% (próxima dos 6,3% verificados no total da população). Na particular, negros e pardos representam 27,2%, sendo que os negros, sozinhos, respondem por 4,3% do total. Em todo o sistema, negros são 5%, enquanto pardos são 25%.

No caso da rede privada, especialistas consultados pela Folha dizem que pode ter havido um efeito do ProUni no salto da presença de negros e pardos. O peso que o programa teve, no entanto, não é consensual.

O ProUni foi criado em 2004, mas somente em 2005 os primeiros alunos ingressaram no ensino superior por meio do programa. Naquele ano, foram 112 mil alunos beneficiados. Como o aumento de negros e pardos no sistema privado de 2001 para 2005 foi da ordem de 550 mil alunos, o programa, ainda que tenha influenciado, não foi a principal causa.

Inclusão

O secretário de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade do MEC, Ricardo Henriques, defende que o programa teve peso importante nos últimos anos.

Ele argumenta que o principal salto na proporção de negros no setor privado aconteceu em 2004. "É animador ver o ProUni conseguindo ratificar seu conteúdo de inclusão", diz.

Bárbara Bello, 22, conta que conseguiu entrar num curso concorrido. Ela diz que nem todos, fora da universidade, acreditam que ela faz arquitetura numa das instituições mais caras do Rio de Janeiro.

Para Simon Schwartzman, no entanto, ainda não está claro se o ProUni teve peso significativo na expansão recente do número de negros e pardos nas particulares. Marcelo Paixão, da UFRJ, diz acreditar que a tendência é que o programa ajude a aumentar a inclusão nos próximos anos, já que ele está sendo expandido.

Isso ajudaria estudantes como Juan Ricardo da Silva, 20. Ele conta que cursa engenharia graças a uma bolsa integral de uma universidade carioca. Para chegar ao campus, ele pega três ônibus, pois mora em Realengo, bairro da zona oeste do Rio de Janeiro, bastante afastado do campus, que fica na zona sul.

Já Luiza Brasil, 18, está no primeiro ano de jornalismo e, diferentemente da maioria dos outros estudantes entrevistados pela Folha, não precisou de bolsa. Por ter estudado numa escola particular de elite na cidade de Niterói, ela diz já estar acostumada a ser praticamente a única negra da sala.

Indígenas e amarelos

Por representarem proporções da população abaixo de 1%, indígenas e autodeclarados amarelos na definição do IBGE não surgem nas tabulações feitas pela Folha por causa da dificuldade de estimar, com um mínimo de precisão estatística, o comportamento desses grupos no ensino superior.

A margem de erro da Pnad para esses grupos costuma ser muito alta. A pesquisa indica que há 6.000 indígenas na educação superior e 50 mil amarelos. Mas os coeficientes de variação são muito elevados. No caso dos índigenas, ele é de 34% --o dado pode ser 34% maior ou menor do que o estimado, margem pouco segura para fazer análise consistente.

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