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26/11/2006
-
09h59
da Folha de S.Paulo
"Quando um projeto assim começa, há uma demanda reprimida. É uma surpresa a queda na Fuvest", afirma o coordenador-adjunto do exame da Unicamp, Renato Pedrosa.
Na Universidade Estadual de Campinas --que concede uma pontuação extra aos alunos de escola pública desde o vestibular de 2005--, ocorreu o contrário no início desse projeto de inclusão social.
Houve uma elevação na procura desse perfil de estudante no primeiro exame com o benefício (a participação subiu de 31,4% para 34,1%).
Nos vestibulares posteriores, entretanto, a participação desses estudantes entre os inscritos vem caindo (recuou para 29% neste ano).
"Há o fator Prouni [programa do governo federal que dá bolsa em universidades particulares], mas parece também que a demanda da escola pública chegou a um limite. O grupo de pessoas da rede pública que se sente preparada para o exame da USP ou da Unicamp não cresce", diz o coordenador-adjunto do exame da Unicamp.
Já na opinião do pró-reitor de graduação da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), Luiz Eugênio Mello, os alunos da rede pública vêem uma grande dificuldade em se manter no ensino superior, mesmo que não seja cobrada mensalidade e o ingresso na universidade seja facilitado.
A Unifesp oferece cotas desde o vestibular 2005. Mesmo com o benefício, o número de inscritos da rede pública caiu de 26% em 2005 para 22% neste ano no campus central.
"Ao que parece, os alunos da rede pública estão questionando se o curso vai trazer benefícios reais ou se é melhor já cair no mercado de trabalho", afirmou o pró-reitor.
Aprovação
Se a tendência apresentada nos dados da própria Fuvest e da Unicamp se confirmar, a queda no número de inscritos de escola pública no vestibular deverá ter pouco impacto no resultado esperado do bônus concedido pela USP.
A universidade estima que, ao conceder 3% de acréscimo na nota das duas fases do vestibulando da rede pública, a proporção desse perfil de estudantes entre os aprovados suba dos atuais 24% para 30%.
Resultados de exames anteriores da Fuvest mostram que o número de inscritos da rede pública quase não influencia o perfil da lista de aprovados.
Na prova para ingresso em 2005, por exemplo, 38,6% dos inscritos vieram de escolas públicas, que conseguiram 20,1% das vagas.
No ano seguinte, entre os candidatos a proporção subiu para 41,8%, mas entre os estudantes aprovados diminuiu para 18,5%.
Na Unicamp, no mesmo período, o número de inscritos da rede pública caiu 8%, enquanto entre os aprovados a diminuição foi menor, de 6%.
"O número de estudantes preparados para resolver a prova, que efetivamente disputam as vagas, é mais ou menos constante. Aqueles que deixam de se inscrever tendem a não serem aprovados mesmo", afirmou o coordenador-adjunto do processo seletivo da Unicamp, Renato Pedrosa.
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"Quando um projeto assim começa, há uma demanda reprimida. É uma surpresa a queda na Fuvest", afirma o coordenador-adjunto do exame da Unicamp, Renato Pedrosa.
Na Universidade Estadual de Campinas --que concede uma pontuação extra aos alunos de escola pública desde o vestibular de 2005--, ocorreu o contrário no início desse projeto de inclusão social.
Houve uma elevação na procura desse perfil de estudante no primeiro exame com o benefício (a participação subiu de 31,4% para 34,1%).
Nos vestibulares posteriores, entretanto, a participação desses estudantes entre os inscritos vem caindo (recuou para 29% neste ano).
"Há o fator Prouni [programa do governo federal que dá bolsa em universidades particulares], mas parece também que a demanda da escola pública chegou a um limite. O grupo de pessoas da rede pública que se sente preparada para o exame da USP ou da Unicamp não cresce", diz o coordenador-adjunto do exame da Unicamp.
Já na opinião do pró-reitor de graduação da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), Luiz Eugênio Mello, os alunos da rede pública vêem uma grande dificuldade em se manter no ensino superior, mesmo que não seja cobrada mensalidade e o ingresso na universidade seja facilitado.
A Unifesp oferece cotas desde o vestibular 2005. Mesmo com o benefício, o número de inscritos da rede pública caiu de 26% em 2005 para 22% neste ano no campus central.
"Ao que parece, os alunos da rede pública estão questionando se o curso vai trazer benefícios reais ou se é melhor já cair no mercado de trabalho", afirmou o pró-reitor.
Aprovação
Se a tendência apresentada nos dados da própria Fuvest e da Unicamp se confirmar, a queda no número de inscritos de escola pública no vestibular deverá ter pouco impacto no resultado esperado do bônus concedido pela USP.
A universidade estima que, ao conceder 3% de acréscimo na nota das duas fases do vestibulando da rede pública, a proporção desse perfil de estudantes entre os aprovados suba dos atuais 24% para 30%.
Resultados de exames anteriores da Fuvest mostram que o número de inscritos da rede pública quase não influencia o perfil da lista de aprovados.
Na prova para ingresso em 2005, por exemplo, 38,6% dos inscritos vieram de escolas públicas, que conseguiram 20,1% das vagas.
No ano seguinte, entre os candidatos a proporção subiu para 41,8%, mas entre os estudantes aprovados diminuiu para 18,5%.
Na Unicamp, no mesmo período, o número de inscritos da rede pública caiu 8%, enquanto entre os aprovados a diminuição foi menor, de 6%.
"O número de estudantes preparados para resolver a prova, que efetivamente disputam as vagas, é mais ou menos constante. Aqueles que deixam de se inscrever tendem a não serem aprovados mesmo", afirmou o coordenador-adjunto do processo seletivo da Unicamp, Renato Pedrosa.
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