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18/12/2006
-
09h59
AFRA BALAZINA
da Folha de S.Paulo
A cadeira de rodas e a dificuldade para falar não impediram que Ricardo Hidemi Baba, 21, concluísse neste mês o ensino médio e fosse aprovado na primeira fase da Fuvest. Com paralisia cerebral, lesão que ocorre em uma ou mais partes do cérebro, ele já publicou três livros de poesia e faz trabalho voluntário na região de Ermelino Matarazzo, onde mora.
O estudante, que já fez quatro cirurgias, foi aprovado em filosofia na Universidade São Judas, mas não irá cursar porque sua família não pode pagar. Sua expectativa é passar na segunda fase da Fuvest, em gestão de políticas públicas na USP Leste, gratuita. "Acho que filosofia me ajudaria na carreira de escritor. E gestão seria bom para minha atuação com ONGs."
Por falta de informação, parte da população não sabe que pessoas com esse tipo de paralisia têm inteligência normal, a não ser que a lesão tenha afetado áreas do cérebro responsáveis pelo pensamento e pela memória.
O médico Arthur Cukiert, 43, chefe do serviço de neurologia do Hospital Brigadeiro, diz que Ricardo tem muita força de vontade. "Não me surpreende que haja pacientes que se dêem bem na vida."
A mãe de Ricardo, Iraci Conceição Baba, 49, conta que não imaginava que o filho fosse uma pessoa tão inteligente. No primeiro dia de aula dele na 5ª série, Iraci levou um gravador. "Depois, percebi que não era necessário."
A mãe ia nos intervalos da aula dar lanche para o filho, mas acabou deixando a incumbência para os colegas de turma, que passaram a ajudá-lo. Na classe, ele não fazia anotações e sua prova era oral, em razão de sua dificuldade para escrever. "Todo mundo me olha, lógico, sou diferente dos outros. Mas não acho que isso seja preconceito," diz Ricardo. "Para mim, ele é um exemplo de superação", elogia o estudante Wesley Oler, 18.
Especial
Leia o que já foi publicado sobre a Fuvest
Leia o que já foi publicado sobre paralisia cerebral
Estudante com paralisia cerebral passa na 1ª fase do vestibular da Fuvest
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da Folha de S.Paulo
A cadeira de rodas e a dificuldade para falar não impediram que Ricardo Hidemi Baba, 21, concluísse neste mês o ensino médio e fosse aprovado na primeira fase da Fuvest. Com paralisia cerebral, lesão que ocorre em uma ou mais partes do cérebro, ele já publicou três livros de poesia e faz trabalho voluntário na região de Ermelino Matarazzo, onde mora.
O estudante, que já fez quatro cirurgias, foi aprovado em filosofia na Universidade São Judas, mas não irá cursar porque sua família não pode pagar. Sua expectativa é passar na segunda fase da Fuvest, em gestão de políticas públicas na USP Leste, gratuita. "Acho que filosofia me ajudaria na carreira de escritor. E gestão seria bom para minha atuação com ONGs."
Ricardo Nogueira/Folha Imagem |
O estudante Ricardo Hidemi Baba, que tem paralisia cerebral |
O médico Arthur Cukiert, 43, chefe do serviço de neurologia do Hospital Brigadeiro, diz que Ricardo tem muita força de vontade. "Não me surpreende que haja pacientes que se dêem bem na vida."
A mãe de Ricardo, Iraci Conceição Baba, 49, conta que não imaginava que o filho fosse uma pessoa tão inteligente. No primeiro dia de aula dele na 5ª série, Iraci levou um gravador. "Depois, percebi que não era necessário."
A mãe ia nos intervalos da aula dar lanche para o filho, mas acabou deixando a incumbência para os colegas de turma, que passaram a ajudá-lo. Na classe, ele não fazia anotações e sua prova era oral, em razão de sua dificuldade para escrever. "Todo mundo me olha, lógico, sou diferente dos outros. Mas não acho que isso seja preconceito," diz Ricardo. "Para mim, ele é um exemplo de superação", elogia o estudante Wesley Oler, 18.
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