Publicidade
Publicidade
20/12/2006
-
09h54
FÁBIO TAKAHASHI
da Folha de S.Paulo
O bônus a alunos de escola pública no vestibular da USP aumentou a participação desses estudantes entre os aprovados para a segunda fase, mas não elevou a proporção de candidatos carentes socioeconomicamente entre os aprovados.
Segundo dados da Fuvest (fundação que aplica a prova), a aprovação de alunos de escola pública cresceu 20,1% neste ano em relação ao último processo seletivo. Pela primeira vez, esses candidatos ganharam um bônus, de 3%, na nota.
Se forem excluídos os treineiros do cálculo, o crescimento sobe para 29,9%. Essa elevação, porém, praticamente não significou alteração no perfil socioeconômico dos vestibulandos aprovados. Na prova passada, 22% dos classificados para a segunda fase tinham renda familiar mensal de até R$ 1.500 (menor faixa considerada). Neste ano, foram 22,5% (variação de 2,3%).
Outros indicadores também variaram abaixo dos 29,9% de crescimento da escola pública: a proporção de estudantes que trabalham aumentou 10,4%, e de negros e pardos, 12,4%.
Crítica
"Ocorreu o que já prevíamos. O pacote da USP só privilegiou a classe média que está na escola pública", disse o coordenador da ONG Educafro (que oferece cursinhos a alunos de baixa renda), frei Davi Santos. "As ações precisam beneficiar claramente pobres e negros. O projeto da USP é insuficiente."
O Inclusp, programa que prevê o bônus, diz que pretende "dar sua contribuição à tarefa nacional de superação da desigualdade que tão fortemente marca a sociedade brasileira". O projeto foi lançado em maio.
A pró-reitora de graduação da USP, Selma Garrido Pimenta, afirma que o programa da universidade contou com pouco tempo de divulgação e, por isso, "deve ter atraído os alunos de escola pública que já possuíam maior expectativa de aprovação, que, em geral, são os de condições socioeconômicas mais favoráveis".
Segundo ela, com os anos, os estudantes mais pobres passarão a conhecer melhor o programa e deverão ter maior interesse pelo vestibular. Estudo feito pela própria universidade em 2005 mostra que em 45% das escolas estaduais de São Paulo é baixo o interesse por assuntos relacionados à USP.
Sobre o resultado dos alunos de escola pública na segunda fase, a pró-reitora afirma que "superou as expectativas". Na previsão mais pessimista, a instituição esperava que se classificassem mil alunos a mais dessa rede em relação ao ano passado. Os dados da Fuvest mostram que foram mais de 3.000.
A principal meta da universidade com o bônus é que a proporção de alunos da rede pública suba para 30% dos aprovados na lista final. No último exame, o número foi de 23,6%.
Leia mais
Livros ajudam a escolher a profissão e a entender o mercado de trabalho
Especial
Leia o que já foi publicado sobre a Fuvest
Bônus não eleva proporção de carentes na 2ª fase da Fuvest
Publicidade
da Folha de S.Paulo
O bônus a alunos de escola pública no vestibular da USP aumentou a participação desses estudantes entre os aprovados para a segunda fase, mas não elevou a proporção de candidatos carentes socioeconomicamente entre os aprovados.
Segundo dados da Fuvest (fundação que aplica a prova), a aprovação de alunos de escola pública cresceu 20,1% neste ano em relação ao último processo seletivo. Pela primeira vez, esses candidatos ganharam um bônus, de 3%, na nota.
Se forem excluídos os treineiros do cálculo, o crescimento sobe para 29,9%. Essa elevação, porém, praticamente não significou alteração no perfil socioeconômico dos vestibulandos aprovados. Na prova passada, 22% dos classificados para a segunda fase tinham renda familiar mensal de até R$ 1.500 (menor faixa considerada). Neste ano, foram 22,5% (variação de 2,3%).
Outros indicadores também variaram abaixo dos 29,9% de crescimento da escola pública: a proporção de estudantes que trabalham aumentou 10,4%, e de negros e pardos, 12,4%.
Crítica
"Ocorreu o que já prevíamos. O pacote da USP só privilegiou a classe média que está na escola pública", disse o coordenador da ONG Educafro (que oferece cursinhos a alunos de baixa renda), frei Davi Santos. "As ações precisam beneficiar claramente pobres e negros. O projeto da USP é insuficiente."
O Inclusp, programa que prevê o bônus, diz que pretende "dar sua contribuição à tarefa nacional de superação da desigualdade que tão fortemente marca a sociedade brasileira". O projeto foi lançado em maio.
A pró-reitora de graduação da USP, Selma Garrido Pimenta, afirma que o programa da universidade contou com pouco tempo de divulgação e, por isso, "deve ter atraído os alunos de escola pública que já possuíam maior expectativa de aprovação, que, em geral, são os de condições socioeconômicas mais favoráveis".
Segundo ela, com os anos, os estudantes mais pobres passarão a conhecer melhor o programa e deverão ter maior interesse pelo vestibular. Estudo feito pela própria universidade em 2005 mostra que em 45% das escolas estaduais de São Paulo é baixo o interesse por assuntos relacionados à USP.
Sobre o resultado dos alunos de escola pública na segunda fase, a pró-reitora afirma que "superou as expectativas". Na previsão mais pessimista, a instituição esperava que se classificassem mil alunos a mais dessa rede em relação ao ano passado. Os dados da Fuvest mostram que foram mais de 3.000.
A principal meta da universidade com o bônus é que a proporção de alunos da rede pública suba para 30% dos aprovados na lista final. No último exame, o número foi de 23,6%.
Leia mais
Especial
Publicidade
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- Avaliação reprova 226 faculdades do país pelo 4º ano consecutivo
- Dilma aprova lei que troca dívidas de universidades por bolsas
- Notas das melhores escolas paulistas despencam em exame; veja
- Universidades de SP divulgam calendário dos vestibulares 2013
- Mercadante diz que não há margem para reajuste maior aos docentes
+ Comentadas
- Câmara sinaliza absolvição de deputados envolvidos com Cachoeira
- Alunos com bônus por raça repetem mais na Unicamp
+ EnviadasÍndice