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07/02/2007 - 09h57

Isolada, iniciativa de orientação sexual é inútil, dizem especialistas

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DANIELA TÓFOLI
da Folha de S.Paulo

O Ministério da Educação precisa se preocupar mais em educar os jovens do que em "ser legal". Para especialistas consultados pela Folha, a iniciativa de distribuir para estudantes de escolas públicas uma agenda com orientação sexual é boa, mas deve ser acompanhada de outras medidas e elaborada com cuidado.

"O primeiro problema é fazer o mesmo material para diferentes faixas etárias e diferentes realidades", afirma a psicanalista Suely Gevertz, do Instituto Sedes Sapientiae. "Uma garota de 13 anos pensa e age de forma diferente de uma de 17. E um menino de Alagoas vive uma realidade distinta de um de São Paulo."

Para a psicóloga Rosely Sayão, colunista da Folha, a agenda do MEC não tem sentido algum e erra ao querer ter linguagem forçosamente jovem. "É coisa de adulto querendo ser jovem, fica artificial. Não é preciso moralizar o estudante, assim como também não se deve entrar na vida privada dele."

Ela acredita que a escola tem de dar orientação, falar de afeto, mas nunca invadir a intimidade dos alunos. "Não vejo nenhum sentido educativo."

Envolvimento dos pais

Para Carlos Ramiro de Castro, presidente do sindicato dos professores estaduais de São Paulo (Sieessp), que deu aula para uma turma de segundo ano do ensino médio com 20 grávidas, não adianta entregar agendas se o professor não for preparado para falar sobre orientação sexual. "Tem de envolver até os pais, afinal a educação sexual começa em casa."

Diretora-executiva do Instituto Kaplan-Centro de Estudos da Sexualidade Humana, Maria Helena Vilela afirma que o problema está no objetivo da proposta. "Materiais de órgãos oficiais precisam enviar mensagens com foco na educação, não nas atitudes. Não adianta ser legal e não educar", diz.

Para ela, o conteúdo da agenda não chega a incentivar os jovens a beijarem mais. "Esses estímulos eles já têm. Alguns pais, de famílias mais religiosas ou conservadoras, até podem ficar chocados. Mas não é aí que está o problema, e sim na falta de um projeto de orientação sexual consistente."

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