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14/04/2007
-
09h57
AFRA BALAZINA
da Folha de S.Paulo
Livros, cadernos, roupa para educação física, celular e carteira. Carolina de Felice, 16, tem 42,9 kg e precisa carregar cerca de 6 kg na mochila para ir ao colégio --o correspondente a 14% de seu peso corporal.
Ela e outros 160 alunos do ensino médio do colégio Santa Clara, na Vila Madalena (zona oeste de SP), têm protestado com abaixo-assinado e cartas, inclusive de pais, para solicitar a colocação de armários onde possam deixar o material.
Se não levam um livro pesado, afirmam os alunos, ganham pontos negativos. "Eu não consigo me organizar com fichário, então há dias que eu levo seis cadernos", afirma Carolina.
Lígia Frederico de Oliveira, 16, diz que a demanda é antiga, mas até agora não foi atendida. "Tenho uma irmã mais velha que estudou no colégio há dez anos e desde aquela época as pessoas já pediam armários."
A escola tem cerca de 1.250 alunos e as mensalidades variam entre R$ 626 e R$ 993.
O excesso de peso na mochila afeta principalmente a coluna --pode piorar quadros de lordose ou cifose. Também pode gerar dores articulares (como no joelho), dores no ombro e no músculo trapézio. A recomendação dos médicos é que a mochila não tenha mais de 10% do peso corporal do estudante.
A aluna Ana Carolina Zambrini, 16, já sofre de lordose e escoliose. "Abriram uma exceção para eu deixar os livros na sala da coordenadora, durou uma semana." Ela pegava dois ônibus para ir à escola. "Era muito difícil. Agora, para evitar mais problemas, pego carona."
Na cidade, uma lei de 2002 trata da questão. Entretanto, vale apenas para a rede municipal --estabelece que as escolas "diligenciarão para que os alunos não transportem, em material escolar, carga superior a 10% do próprio peso".
Segundo o professor de ortopedia pediátrica da Unifesp Henrique Sodré, é preciso haver uma conscientização dos professores, pais e alunos. "É inviável fiscalizar mochila por mochila." Ele diz que, além do peso, é preciso ter em conta também o tempo em que o material é carregado.
Especial
Leia o que já foi publicado sobre material escolar
Contra mochilas pesadas, alunos exigem armários
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da Folha de S.Paulo
Livros, cadernos, roupa para educação física, celular e carteira. Carolina de Felice, 16, tem 42,9 kg e precisa carregar cerca de 6 kg na mochila para ir ao colégio --o correspondente a 14% de seu peso corporal.
Ela e outros 160 alunos do ensino médio do colégio Santa Clara, na Vila Madalena (zona oeste de SP), têm protestado com abaixo-assinado e cartas, inclusive de pais, para solicitar a colocação de armários onde possam deixar o material.
Se não levam um livro pesado, afirmam os alunos, ganham pontos negativos. "Eu não consigo me organizar com fichário, então há dias que eu levo seis cadernos", afirma Carolina.
Lígia Frederico de Oliveira, 16, diz que a demanda é antiga, mas até agora não foi atendida. "Tenho uma irmã mais velha que estudou no colégio há dez anos e desde aquela época as pessoas já pediam armários."
A escola tem cerca de 1.250 alunos e as mensalidades variam entre R$ 626 e R$ 993.
O excesso de peso na mochila afeta principalmente a coluna --pode piorar quadros de lordose ou cifose. Também pode gerar dores articulares (como no joelho), dores no ombro e no músculo trapézio. A recomendação dos médicos é que a mochila não tenha mais de 10% do peso corporal do estudante.
A aluna Ana Carolina Zambrini, 16, já sofre de lordose e escoliose. "Abriram uma exceção para eu deixar os livros na sala da coordenadora, durou uma semana." Ela pegava dois ônibus para ir à escola. "Era muito difícil. Agora, para evitar mais problemas, pego carona."
Na cidade, uma lei de 2002 trata da questão. Entretanto, vale apenas para a rede municipal --estabelece que as escolas "diligenciarão para que os alunos não transportem, em material escolar, carga superior a 10% do próprio peso".
Segundo o professor de ortopedia pediátrica da Unifesp Henrique Sodré, é preciso haver uma conscientização dos professores, pais e alunos. "É inviável fiscalizar mochila por mochila." Ele diz que, além do peso, é preciso ter em conta também o tempo em que o material é carregado.
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