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16/01/2001 - 11h06

Cursos de pós exigem dedicação a projeto próprio de pesquisa

ROBERTO PELLIM
da Folha de S.Paulo

A pós-graduação não serve apenas para melhorar o currículo do estudante e facilitar a obtenção de um emprego. Ela também abre as portas para quem quer investir em pesquisa e se especializar em alguma área.

O primeiro passo para fazer mestrado, doutorado ou especialização é preparar um projeto de pesquisa. Com base nesse material, o aluno montará a tese a ser apresentada no fim do curso.

A etapa seguinte é escolher a universidade e o orientador. O projeto passará por uma seleção.

Além do projeto de pesquisa, a seleção, na maioria das instituições, inclui cartas de recomendação de pesquisadores de outras faculdades, entrevista e currículo.

As universidades costumam publicar catálogos com as regras de cada curso, que podem ser obtidos nas faculdades ou na Internet. Quem faz pós-graduação deve desenvolver uma monografia ao concluir a pesquisa, que pode ser a revisão de um trabalho existente ou um projeto inédito.

Engenheiro agronômico pela Faculdade Manoel Carlos Gonçalves, de Espírito Santo do Pinhal (SP), Marcos Roberto Potenza, 34, faz doutorado em controle de pragas no Ipen (Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares) da Universidade de São Paulo (USP) e diz que a pesquisa mudou. "Antigamente ela servia para ser professor ou cientista; hoje visa buscar novas tecnologias."

Segundo Potenza, pesquisador científico do Instituto Biológico da Secretaria da Agricultura de São Paulo, a monografia "é uma boa oportunidade para verificar se o estudante tem o perfil para trabalhar com pesquisa".

Josefina Moraes Arraut, 23, está chegando ao final de seu curso. Graduada em física pela USP de São Carlos, ela deve terminar este ano seu curso de mestrado em física teórica, trabalhando com caos quântico, pela Unicamp.

Para ela, quem quer trabalhar com pesquisa em física deve fazer pós-graduação. "O físico que quer fazer pesquisa não tem futuro sem pelo menos doutorado."

Ela também dá aula em um supletivo gratuito para estudantes, o Veja (Vivência Educacional para Jovens e Adultos), criado por alunos da moradia estudantil da Unicamp, mas não ganha salário para fazer esse trabalho. A atividade funciona como uma ação voluntária, afirma a mestranda.

Josefina tem bolsa da Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo), um benefício que exige muitos passos para ser atingido. Em geral, quem oferece bolsa exige dedicação exclusiva ao trabalho. Empresas privadas também custeiam projetos.

Para Potenza, a iniciativa privada financia trabalhos mais direcionados, que visam a um produto final. Já a bolsa de entidade pública, diz, atende a uma demanda da sociedade e permite mais liberdade na execução do trabalho.

Strictu e lato sensu

A pós-graduação é dividida em dois grandes blocos: strictu sensu -que forma mestres e doutores e é voltada à formação de pesquisadores-, e lato sensu, que visa à especialização e ao aperfeiçoamento técnico-profissional.

Na USP, cada faculdade define o número de vagas em cada curso de pós-graduação. Em média, a universidade tem 25 mil alunos matriculados por ano.

Na Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), o processo também é pulverizado e cada departamento seleciona os projetos. Segundo Reginaldo Palazzo Jr., 48, coordenador da pós-graduação da Faculdade de Engenharia Elétrica e Computação da universidade, "um processo único poderia ser uma camisa-de-força".

Nos cursos de pós-graduação dessa faculdade, a média é de 650 inscrições de projetos por semestre, mas só 150 são selecionados.
 

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