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23/01/2001
-
13h07
especial para a Folha de S.Paulo
Último ano do milênio, 2000 passou, mas deixou marcas profundas. Recordemos os seguintes acontecimentos: quem poderia supor a vitória de Bush por uma margem tão pequena de votos logo na Flórida? Parece até vingança da comunidade cubana, que jamais aceitou a decisão de Bill Clinton de devolver Elián González.
E o México? Alguém poderia imaginar a vitória de Vicente Fox encerrando mais de 70 anos de hegemonia do PRI? E o fim da era Milosevic por meio do voto depois da "limpeza étnica" praticada contra a população de Kosovo? Pois é, esse não foi um ano comum.
Foi um ano de imagens marcantes, como as trágicas do Oriente Médio, da visita provocativa de Ariel Sharon à parte histórica de Jerusalém até a nova intifada promovida por jovens palestinos contra o Exército israelense, como o desespero do pai palestino, tentando em vão proteger seu filho com o próprio corpo, e a desocupação da zona de segurança, no sul do Líbano, depois de 22 anos de ocupação.
Nem mesmo o esforço de importantes lideranças mundiais, como Clinton ou Mandela, foi suficiente para superar a intransigência de árabes e judeus. E tudo indica que o desafio continua.
Ninguém esquecerá as dificuldades das eleições americanas para chegar ao nome do vencedor ou o pavor do menino cubano no cinematográfico resgate da Flórida. Muito menos a abertura da Olimpíada de Sydney, quando as delegações da Coréia desfilaram sob a mesma bandeira. Recordemos ainda o discurso incendiário de Joerg Haider, do Partido da Liberdade, assustando o mundo com seus elogios a Hitler, ou os meninos de Serra Leoa obrigados a optar entre a morte e a "manga curta ou longa".
Imagens do retorno de Pinochet ao Chile e o apelo para que se possa julgar o velho ditador. As inesgotáveis bombas do ETA a vitimar inocentes e a afastar o povo basco de uma paz definitiva. A fuga inesperada de Alberto Fujimori, incapaz de cumprir o tão almejado terceiro mandato, deixando ao Peru o caos e a desordem. Registre-se ainda a Cúpula do Milênio, o encontro de Camp David entre Barak e Arafat e as dificuldades de Pastrana para a implementação do Plano Colômbia.
Por tudo isso, 2000 não foi um ano comum. Um ano de Osama Bin Laden, Xanana Gusmão e Vojislav Kostunica. Laurent Kabila e Kim Dae Jung. Mas, se você não faz idéia de quem sejam esses homens e nunca ouviu falar dos fatos citados acima, vai aí um recado: é melhor cair na real e começar a pensar no vestibular de 2002.
Roberto Candelori é professor de atualidades e coordenador da Cia. de Ética
Resumão/atualidades 2 - Retrospectiva 2000
ROBERTO CANDELORIespecial para a Folha de S.Paulo
Último ano do milênio, 2000 passou, mas deixou marcas profundas. Recordemos os seguintes acontecimentos: quem poderia supor a vitória de Bush por uma margem tão pequena de votos logo na Flórida? Parece até vingança da comunidade cubana, que jamais aceitou a decisão de Bill Clinton de devolver Elián González.
E o México? Alguém poderia imaginar a vitória de Vicente Fox encerrando mais de 70 anos de hegemonia do PRI? E o fim da era Milosevic por meio do voto depois da "limpeza étnica" praticada contra a população de Kosovo? Pois é, esse não foi um ano comum.
Foi um ano de imagens marcantes, como as trágicas do Oriente Médio, da visita provocativa de Ariel Sharon à parte histórica de Jerusalém até a nova intifada promovida por jovens palestinos contra o Exército israelense, como o desespero do pai palestino, tentando em vão proteger seu filho com o próprio corpo, e a desocupação da zona de segurança, no sul do Líbano, depois de 22 anos de ocupação.
Nem mesmo o esforço de importantes lideranças mundiais, como Clinton ou Mandela, foi suficiente para superar a intransigência de árabes e judeus. E tudo indica que o desafio continua.
Ninguém esquecerá as dificuldades das eleições americanas para chegar ao nome do vencedor ou o pavor do menino cubano no cinematográfico resgate da Flórida. Muito menos a abertura da Olimpíada de Sydney, quando as delegações da Coréia desfilaram sob a mesma bandeira. Recordemos ainda o discurso incendiário de Joerg Haider, do Partido da Liberdade, assustando o mundo com seus elogios a Hitler, ou os meninos de Serra Leoa obrigados a optar entre a morte e a "manga curta ou longa".
Imagens do retorno de Pinochet ao Chile e o apelo para que se possa julgar o velho ditador. As inesgotáveis bombas do ETA a vitimar inocentes e a afastar o povo basco de uma paz definitiva. A fuga inesperada de Alberto Fujimori, incapaz de cumprir o tão almejado terceiro mandato, deixando ao Peru o caos e a desordem. Registre-se ainda a Cúpula do Milênio, o encontro de Camp David entre Barak e Arafat e as dificuldades de Pastrana para a implementação do Plano Colômbia.
Por tudo isso, 2000 não foi um ano comum. Um ano de Osama Bin Laden, Xanana Gusmão e Vojislav Kostunica. Laurent Kabila e Kim Dae Jung. Mas, se você não faz idéia de quem sejam esses homens e nunca ouviu falar dos fatos citados acima, vai aí um recado: é melhor cair na real e começar a pensar no vestibular de 2002.
Roberto Candelori é professor de atualidades e coordenador da Cia. de Ética
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