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06/02/2001 - 23h54

Chuvas deixam 5.000 sem aulas no Vale do Paraíba

KEILA RIBEIRO
da Folha Vale

Sete escolas municipais e três estaduais adiaram o início do ano letivo e vão atrasar, em pelo menos uma semana, o calendário escolar como consequência das chuvas que atingiram Jacareí e Paraibuna na semana passada.

A medida irá afetar cerca de 5.000 crianças de 4 anos a 12 anos que estão matriculadas no ensino fundamental e infantil. Alunos de quatro escolas municipais de Jacareí e três municipais e três estaduais de Paraibuna ficarão sem aulas nesta semana.

O ano letivo estava previsto para começar anteontem, mas a destruição de carteiras, cadeiras e equipamentos e as infiltrações e acúmulo de lama nas salas obrigaram as prefeituras a fechar as instituições para reformas.

Em Jacareí, as aulas serão retomadas na próxima segunda-feira. Em Paraibuna, não há previsão para o início do ano letivo nas escolas localizadas em bairros da zona rural do município.

O caso mais grave é o da escola estadual coronel Eduardo José de Camargo, em Paraibuna. A unidade é a maior da cidade e a que concentra o maior número de estudantes - cerca de mil - , mas ainda não há uma data definida para a retomada das aulas.

A escola ficou destruída com a enchente que atingiu o município há sete dias e deixou 450 pessoas desalojadas e 50 desabrigados.

Professores e pais de alunos organizaram um mutirão para limpar a escola e retirar a lama de carteiras e mesas, mas a biblioteca e os equipamentos da unidade terão que ser repostos porque ficaram destruídos.

Nas escolas municipais de Paraibuna, os estragos foram menores do que os registrados nas escolas estaduais. Para o início das aulas, a prefeitura terá que reconstruir somente alguns muros e sistemas de esgoto.

Segundo a prefeitura, não há previsão para o início do ano letivo na rede municipal de ensino e o calendário vai ser atrasado em uma semana porque os alunos não têm como chegar às escolas, já que pontes foram destruídas.

As escolas, que atendem aproximadamente 1.200 crianças, estão em bairros da zona rural que ficaram isolados com a queda de nove pontes no município.

A diretora da escola de ensino fundamental Irmã Irene Alves Lopes Zoé, Dulce dos Santos, disse que 70% dos estudantes moram em outros bairros e não têm como chegar ao colégio sem o transporte escolar.

Segundo ela, mesmo com o atraso, os 200 dias letivos - período mínimo determinado por lei - serão cumpridos com a prorrogação do calendário e a eliminação dos pontos facultativos.

"Não vamos 'emendar' feriados para garantir que o calendário seja cumprido", disse.

Em Jacareí, cerca de mil crianças de três escolas e duas creches não terão aula nesta semana porque as salas de aula foram alagadas e os telhados das unidades, destruídos por árvores.

A creche do Jardim Primavera, que já havia sido reformada pela prefeitura, ficou alagada anteontem com as chuvas que provocaram o transbordamento de um córrego vizinho. A instituição deve receber 130 crianças somente na segunda-feira.

Na escola de ensino fundamental Décio Moreira, 238 alunos ficaram sem aula porque uma árvore destruiu o telhado da unidade e causou infiltrações nas salas.

A dona-de-casa Celina Valeriano, 66, que levou os netos para a unidade anteontem, disse que encontrou a escola fechada e teve que esperar por cerca de meia hora para saber se os alunos teriam aula ou não.

Ela disse que está preocupada com o fechamento da escola e teme que as férias dos netos sejam prejudicadas. "A prefeitura tem que arrumar logo a escola."

A secretária da Educação de Jacareí, Maria Cristina Paula Machado, vai se reunir com os diretores para definir o calendário.
 

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