Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
13/02/2001 - 18h31

Estudo revela que 77% dos professores têm problema vocal

da Folha Online

Um estudo feito pela Unesp (Universidade do Estado de São Paulo) na cidade de Marília revelou que 77% dos professores sofrem de problemas com a voz.

O trabalho foi realizado pela fonoaudióloga Eliana Maria Gradim Fabron, que entrevistou 92 professores da rede estadual de ensino na cidade.

Para o estudo, a docente ouviu outros 82 profissionais de áreas diversas, que não utilizam a voz como instrumento de trabalho e constatou que, neste grupo, apenas 43% relataram alguma queixa.

"É freqüente o afastamento de professores da sala de aula em conseqüência do mau uso da voz na fonação", conta Eliana, afirmando que no grupo dos professores, 15,22% deles já haviam tirado licença médica por até 15 dias.

Quase metade dos docentes entrevistados (42,39%) informaram perder a voz em sala de aula. Outras queixas foram rouquidão (69,58%) e variação da voz no decorrer do dia (61,96%).

Apesar do índice elevado de reclamações, o estudo demonstra que eles desconheciam técnicas vocais capazes de prevenir as disfonias funcionais da voz.

Em vez disso, afirmaram usar estratégias de higiene vocal, como controlar a intensidade da voz, não gritar ou não tomar gelado, sempre que há algum problema já instalado. Entre eles, apenas 7% usam técnicas de empostação aprendidas com fonoaudiólogo.

Os indivíduos disfônicos apresentam sintomas como indisposição para falar, desânimo, rouquidão, voz de qualidade abafada ou estridente, dor no ombro, pescoço e nuca.

Isso acontece entre os docentes porque eles trabalham em média 30 horas semanais em salas com até 40 alunos e sem nenhum tratamento acústico. Eles têm ainda de superar os ruídos ambientais internos e externo.

"Quanto mais tempo em sala de aula, pior a qualidade vocal", afirma Eliana. Segundo ela, o problema se agrava porque os cursos de formação de professores não os orientam a utilizar corretamente a voz.

Segundo a fonoaudióloga, a maior parte das pessoas que enfrentam problemas com a voz procuram apenas paliativos para o problema.

Diante de sintomas como irritação, ardor na garganta ou rouquidão, apenas 14,13% dos professores afirmaram procurar atendimento médico. No entanto, 43,48% fizeram uso de pastilhas, "sprays", antibióticos, anti-inflamatórios, gargarejos com limão, mel ou gengibre para aliviar as sensações desagradáveis.

O campus da Unesp de Marília mantém um curso de orientação vocal voltado aos professores da rede pública. Os interessados são atendidos por alunos de fonoaudiologia, com coordenação dos professores da área.
 

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página