Para secretário de Justiça, ocupação da reitoria deixa negociação inviável

Alunos que ocupam a reitoria da USP (Universidade de São Paulo) e o secretário de Justiça do Estado de São Paulo, Luiz Antonio Guimarães Marrey, não entraram em um acordo durante uma reunião nesta segunda-feira para discutir as reivindicações dos estudantes. Marrey deixou claro que não é possível negociar enquanto houver ocupação.

Os alunos ocupam o prédio deste o dia 3. Desde o último dia 16, a USP conseguiu na Justiça a reintegração de posse para que os estudantes deixem o local, o que não aconteceu. Os universitários exigem, entre 17 itens, o aumento de verbas às universidades paulistas, mais moradias e a revogação dos decretos do governador José Serra (PSDB), entre eles o que cria a Secretaria de Ensino Superior.

"O governo do Estado entende que um ato de força, como é a ocupação da reitoria, não é produtivo para o diálogo", afirmou o secretário após sair do encontro. Uma nova reunião deve ser marcada para esta semana. A data ainda não foi definida.

Essa é a segunda reunião com Marrey. A primeira, realizada na última quinta (24), terminou em impasse. Na ocasião o secretário disse que não poderia revogar os decretos, mas sim aperfeiçoá-los. Os alunos consideraram insuficiente a proposta e passaram o final de semana estudando os decretos.

No entanto, na reunião de hoje, os alunos voltaram a pedir a revogação dos decretos, alegando que são inconstitucionais.

De acordo com a assessoria da Justiça, Marrey aventou a hipótese de os estudantes entrarem com uma Adin (ação direta de inconstitucionalidade). Os estudantes devem dar a resposta na próxima reunião.

Marrey lamentou que os alunos aleguem que os decretos sejam inconstitucionais, mas não aceitem deixar a reitoria, já que a reintegração de posse está garantida pela Constituição.

"Lamento que diversas pessoas não reconheçam que reintegração seja um ato legítimo", disse o secretário de Justiça.

Os representantes dos alunos que ocupam a reitoria devem divulgar nesta noite uma nota sobre a reunião com o secretário de Justiça.