Para Serra, estudantes da USP querem apenas "encrenca" com ocupação

O governador de São Paulo, José Serra (PSDB), disse nesta segunda-feira que a ocupação do prédio da reitoria da USP (Universidade de São Paulo) por estudantes da universidade, que hoje entra no 33º dia, está insustentável e representa apenas o desejo de uma minoria que procura "encrenca" com o ato.

A declaração foi dada pelo governador em resposta a pergunta formulada por jornalistas durante o evento Novas Fronteiras do Etanol, organizado pela Unica (União da Indústria de Cana-de-Açúcar), e que acontece nesta segunda-feira em São Paulo.

"Ninguém agüenta mais aquilo [ocupação], nem os próprios estudantes. Está muito claro que é uma minoria lá concentrada querendo armar alguma encrenca. Esse é o único propósito que existe", disse o governador. Ele não quis dar mais detalhes a respeito da declaração.

Na última quinta-feira (31), um grupo de cerca de 4.000 manifestantes --composto por servidores, alunos e professores das três universidades públicas paulistas, além da USP estavam a Unicamp (Universidade de Campinas) e Unesp (Universidade Estadual Paulista)-- tentou marchar do prédio da USP, no Butantã (zona oeste), até o Morumbi, na mesma região da cidade, para entregar uma carta com reivindicações ao governador, no Palácio dos Bandeirantes.

A manifestação foi contida pela Polícia Militar um quilômetro antes de chegar ao palácio. Serra, apesar de estar no Palácio dos Bandeirantes naquele momento, mandou integrantes do segundo escalão de seu governo receber uma comissão de manifestantes.

Os alunos decidiram em assembléia realizada na sexta-feira (1º) manter a ocupação, mesmo com um mandado de reintegração de posse expedido pela Justiça desde o dia 16 de maio. Na tarde desta segunda está prevista uma reunião da reitora Suely Vilela com uma comissão de cerca de 30 alunos. Os estudantes não foram localizados para comentar o assunto até as 17h30 desta segunda.