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21/02/2001 - 17h23

Diretores de escola reclamam de atraso em pagamento de bônus

RAFAEL GARCIA
da Folha Online

Os professores em cargos de gestão na rede estadual de ensino reclamam do atraso no pagamento do bônus prometido à categoria, que já está com 40 dias de atraso em relação à previsão inicial do governo de São Paulo.

O atraso motivou um pedido de esclarecimentos por parte da Udemo (sindicato dos especialistas de educação), que representa diretores de escola, coordenadores pedagógicos, supervisores e dirigentes regionais de ensino.

Segundo Eliana Bucci, assessora técnica da secretaria, o atraso do Bônus Gestão ocorreu em razão da dificuldade em se calcular os benefícios. Ela afirma que a grande rotatividade de professores nos cargos de gestão obrigou a secretaria a usar registros que não estão em computadores.

"O atraso é absolutamente operacional. (...) Estamos nos esforçando para conseguir creditar o bônus nesta sexta-feira (23). No máximo até o dia 28, o dinheiro já estará na conta dos gestores", disse.

Segundo Eliana, a dificuldade ocorre em função da inclusão nos cálculos de fatores como evasão de alunos, grau de ensino das classes e nota da escola no Saresp (Sistema de Avaliação de Rendimento Escolar de São Paulo).

A previsão inicial para o pagamento do Bônus Gestão era o dia 15 de janeiro. Como o projeto de lei precisou ser regulamentado, o prazo foi estendido para 15 de fevereiro, e ainda assim atrasou.

O Bônus de Mérito, destinado aos professores, já foi pago, mas também teve atraso. O benefício dos docentes saiu antes porque é mais fácil de calcular: leva em conta apenas a assiduidade dos professores.

Critérios

Apesar do atraso de mais de um mês no pagamento do benefício, a maior reclamação dos diretores é com relação aos critérios para o cálculo do valor do bônus.

Na opinião do diretor de assuntos sindicais da Udemo, Volmer Áureo Pianca, a fórmula usada pela Secretaria da Educação traz "distorções". "É injusto submeter o valor ao desempenho da escola no Saresp, que não depende só do diretor", diz.

Para Eliana Bucci, a secretaria "não pode, por causa disso, ignorar o outro lado, que é o de premiar o diretor que faz um bom trabalho".

Pianca reclama também que fatores como a evasão escolar não dependem só do esforço de gestão, e muitas vezes estão relacionados a características da região em que está a escola. Para ele, também é injusto levar em conta a assiduidade dos professores da escola para calcular o benefício do diretor. "Se alguma professora tira licença prêmio, ou licença maternidade, por exemplo, a ausência será descontada no bônus do diretor", diz.

Eliana afirma que a secretaria optou por premiar apenas a presença efetiva em sala. "A melhoria da qualidade de ensino não se faz com o professor ausente", diz, justificando a inclusão de licenças.

No total, a Secretaria de Educação está gastando R$ 38 milhões com o pagamento do Bônus Gestão a 17 mil funcionários. O valor varia entre R$ 1.000 e R$ 4.000 para diretores, supervisores e dirigentes. Os vice-diretores e coordenadores receberão entre R$ 850 e R$ 3.400.

A Udemo se coloca contra a política de bônus, e pede que os benefícios sejam creditados aos professores e diretores sob a forma de aumentos salariais.
 

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