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26/09/2000 - 06h39

RESUMÃO/ATUALIDADES: E o espírito dos Jogos Olímpicos?

ROBERTO CANDELORI
especial para a FOLHA

Mais do que ser uma competição, os Jogos Olímpicos deveriam promover a união entre os povos. Pelo menos era esse o objetivo do francês Pierre de Fredy (1863-1937), o Barão de Coubertin, organizador das primeiras Olimpíadas da Era Moderna, em Atenas (1896). Mas a história dos eventos olímpicos nem sempre esteve comprometida com os ideais da fraternidade.

Os Jogos Olímpicos foram também cenário de disputas entre regimes políticos e entre ideologias. Conhecida como "os jogos do nazismo", a Olimpíada de 1936 deveria servir aos interesses de Adolf Hitler, que pretendia provar a superioridade da raça ariana. Mas seus planos fracassaram diante da vitória dos negros norte-americanos. Jesse Owens superou seus adversários, conquistando quatro medalhas de ouro.

No período da Guerra Fria (1945-1989), serviram aos interesses das potências hegemônicas EUA e URSS. Ambas procuravam somar o maior número de medalhas para referendar a superioridade do seu modelo político e econômico. Chegaram até a boicotar o evento quando se realizava em território inimigo. Foi assim em Moscou, em 1980. Os norte-americanos não compareceram em razão da invasão que os soviéticos promoveram no Afeganistão, e mais de 60 países aderiram ao boicote.

O troco viria quatro anos depois, em Los Angeles, quando a URSS cancelou a participação, alegando falta de segurança.

O espírito olímpico sofreu mais um golpe com o atentado terrorista de Munique, em 1972, quando extremistas palestinos do Setembro Negro invadiram a vila olímpica e sequestraram a delegação de Israel. Onze israelenses, entre técnicos e atletas, foram barbaramente assassinados.

No passado, mais que a consagração do esporte, as Olimpíadas transformaram-se num palco de disputas políticas. Hoje, preocupados com o marketing olímpico e com o retorno financeiro dos patrocinadores, atletas e organizadores conjugam esforços em busca do sucesso.

Vitrine privilegiada, as Olimpíadas, mais que preservar seu espírito original, transformaram-se num megaevento de propaganda e de marketing. O mais importante são as marcas, mas não aquelas que desafiam os limites humanos.

Roberto Candelori é professor de atualidades do colégio Pueri Domus

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