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03/03/2001 - 00h21

Reitor da USP critica proposta de cota de vagas para negros

da Folha Ribeirão

O reitor da USP, Jacques Marcovitch, afirmou que a disparidade racial entre os alunos da Universidade de São Paulo não é exclusiva da instituição, mas sim um problema que atinge toda a sociedade brasileira.

"É uma questão social que tem de ser resolvida. Para isso, é preciso criar maiores oportunidades ao aluno desde seus primeiros anos de estudo."

De acordo com ele, o índice de negros em todos os campi da USP não difere muito do registrado em Ribeirão (0,6%).

Por esse motivo, o reitor disse ser contra as cotas de negros na universidade. "É uma solução falsa para um problema real."

Segundo ele, as cotas apenas criariam outra segregação dentro da instituição de ensino. "Você acabaria tirando o critério do mérito, que é a base do vestibular. O problema é bem mais profundo. é preciso criar condições para que o negro, ou o pobre, ou outro qualquer, entrem na universidade em condições de igualdade com qualquer outro."

Ele afirmou que um dado que comprova isso seria a quantidade de negros na pós-graduação.

"Embora não tenhamos dados exatos a respeito do assunto, comprovadamente o número de negros é maior. Isso porque já depende dos méritos alcançados na universidade, que iguala a todos, e não no ensino médio ou fundamental."

Ele disse também que os alunos da universidade são em sua maioria classe média e que por isso não podem ser considerados elite.

"Essa visão está mudando e é defendida por aqueles que querem privatizar a escola pública."

Marcovitch disse ainda que o fato de haver cada vez mais alunos nas universidades públicas que vieram de instituição particular também reflete a disparidade social no país.

Com relação ao número de estudantes de Ribeirão Preto ter aumentado neste ano, ele explicou o dado por dois motivos.

O primeiro seria o aumento de alunos que preferem ficar no núcleo familiar. "Se existe opção na própria cidade do estudante permanecer no local ou numa cidade vizinha, ele acaba ficando. Tanto pelo aumento da violência urbana quanto pela valorização da família", completou.

A segunda explicação, de acordo com o reitor, seria a regionalização das faculdades. "O número das instituições superiores de ensino vem aumentando muito. Além disso, a própria cidade é um pólo regional que atrai pessoas para trabalhar e estudar."
 

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