Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
01/09/2007 - 09h00

Alunos destituem presidente do XI de Agosto

Publicidade

DANIEL BERGAMASCO
da Folha de S.Paulo

Estudantes da Faculdade de Direito da USP, no Largo São Francisco, aprovaram ontem o impeachment do presidente do Centro Acadêmico XI de Agosto, Ricardo Ribeiro, 22. O CA, porém, contesta a legitimidade das assembléias que convocaram a votação do afastamento.

Para destituir Ribeiro do posto, os alunos precisavam de dois terços dos votos. Chegaram ao percentual de raspão: 525 votos, 68,2% do total de 769, pediram o impeachment.

Ribeiro avisa: "Não vou sair". Ele estuda medidas legais contra a decisão e aponta problemas, como nomes em duplicidade, no abaixo-assinado que convocou a assembléia.

Alguns membros até ameaçaram, em tom de brincadeira, mudar de idéia quando a apuração chegou a apontar que os votos não seriam suficientes para o impeachment. "Vamos validar a votação!", ironizavam, enquanto uma estudante prendia os votos sob o par de melissinhas: pró-destituição no pé direito, contrárias no esquerdo.

O argumento de quem quer Ribeiro fora é o apoio (não-declarado) dado pelo CA à invasão da faculdade no dia 21. Movimentos sociais, como UNE e MST, acamparam na Sala dos Estudantes, junto de alguns alunos, para reivindicar melhorias na educação do país.

A votação aconteceu em duas etapas: na noite de quinta-feira, no Salão Nobre, e na manhã de sexta, na Sala dos Estudantes.

O Salão Nobre foi cedido pelo diretor da faculdade, João Grandino Rodas, o que despertou polêmica: seria um apoio ao impeachment? "Não, é porque havia outro evento na Sala dos Estudantes", justifica.

"Salvo casos excepcionais, todos os mandatos devem chegar até o fim. Não sou contra essa gestão do XI de Agosto, pelo contrário. O Ricardo é muito cordato. Acho que eles deveriam ficar até as próximas eleições [em outubro]", diz Rodas.

O centro acadêmico XI de Agosto arrecada cerca de R$ 300 mil por ano, segundo seus membros, com fontes que vão de lanchonete a ações.

O movimento repercutiu entre ex-alunos. "Sem entrar no mérito da decisão da assembléia, ela revelou a insatisfação dos alunos com a invasão", diz Luiz Antonio Marrey, secretário estadual de Justiça.

"A faculdade deve ser um espaço livre de manifestação, mas para os alunos de lá. É positivo estudantes se mobilizarem", diz Roberto Livianu, promotor da cidadania e presidente do movimento Ministério Público Democrático.

Fernando Borges, que presidiu o CA há dois anos, em chapa oposta à atual, e continua na faculdade, se diz contra o impeachment. "As próximas eleições são em dois meses. Os alunos deveriam esperar até lá."

Acompanhe as notícias em seu celular: digite o endereço wap.folha.com.br

 

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página