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02/05/2001
-
09h53
da Folha de S.Paulo
O delegado-seccional de Franca, José Mauro David, que tomou a decisão de não investigar um possível esquema de comércio ilegal de cadáveres na região, é funcionário da Unifran (Universidade de Franca), que é uma das partes envolvidas na acusação.
David, que é professor do curso de direito da Unifran, disse anteontem à Folha que a polícia de Franca não vai investigar o possível comércio de corpos. "Nosso problema é saber se matou aqui. Se não matou aqui, vamos encaminhar para onde for. Não temos mais o que fazer", declarou.
Para a Delegacia Seccional de Bragança Paulista, que também acompanha as investigações, a apuração envolve apenas o desvio dos corpos e não um possível comércio.
O delegado Djahy Tucci afirmou que vai apenas confrontar os documentos da doação com a legislação vigente para saber se houve alguma irregularidade.
O esquema foi denunciado pelo químico Osmar José Luiz, preso na semana passada em Uberaba (MG), que abandonou quatro cadáveres em Rifaina.
De acordo com ele, os corpos teriam sido doados pelo IML (Instituto Médico Legal) de Bragança Paulista à FIP (Faculdades Integradas de Patrocínio), em Minas Gerais. Em seu depoimento, Luiz disse que os corpos foram recusados pela FIP por já estarem em estado de decomposição, mas que dois cadáveres teriam sido entregues por ele à Unifran em troca de um emprego.
A Unifran nega que tenha recebido os corpos. Ontem, o pró-reitor acadêmico da universidade, José da Silveira Maia, disse que a Unifran apenas foi citada no inquérito. "Ele (Osmar) disse que deixou dois corpos na Unifran, o que não é verdade."
O pró-reitor também declarou que não há relação entre o fato de David ser professor da universidade e a decisão de arquivar o inquérito. "Não tem nada a ver uma coisa com a outra."
A Folha telefonou para o celular do delegado e deixou recado por duas vezes, mas não obteve resposta. David também foi procurado sem êxito pela reportagem na casa da mãe dele, em Franca, de seu irmão, em Pedregulho, e na Delegacia Seccional.
O diretor do Deinter (Departamento de Polícia Judiciária de São Paulo - Interior) de Ribeirão Preto, Luiz Roberto Ramada Spadafora, também não foi localizado para comentar o assunto.
Delegado rejeita investigação sobre compra ilegal de cadáveres
EVANDRO SPINELLIda Folha de S.Paulo
O delegado-seccional de Franca, José Mauro David, que tomou a decisão de não investigar um possível esquema de comércio ilegal de cadáveres na região, é funcionário da Unifran (Universidade de Franca), que é uma das partes envolvidas na acusação.
David, que é professor do curso de direito da Unifran, disse anteontem à Folha que a polícia de Franca não vai investigar o possível comércio de corpos. "Nosso problema é saber se matou aqui. Se não matou aqui, vamos encaminhar para onde for. Não temos mais o que fazer", declarou.
Para a Delegacia Seccional de Bragança Paulista, que também acompanha as investigações, a apuração envolve apenas o desvio dos corpos e não um possível comércio.
O delegado Djahy Tucci afirmou que vai apenas confrontar os documentos da doação com a legislação vigente para saber se houve alguma irregularidade.
O esquema foi denunciado pelo químico Osmar José Luiz, preso na semana passada em Uberaba (MG), que abandonou quatro cadáveres em Rifaina.
De acordo com ele, os corpos teriam sido doados pelo IML (Instituto Médico Legal) de Bragança Paulista à FIP (Faculdades Integradas de Patrocínio), em Minas Gerais. Em seu depoimento, Luiz disse que os corpos foram recusados pela FIP por já estarem em estado de decomposição, mas que dois cadáveres teriam sido entregues por ele à Unifran em troca de um emprego.
A Unifran nega que tenha recebido os corpos. Ontem, o pró-reitor acadêmico da universidade, José da Silveira Maia, disse que a Unifran apenas foi citada no inquérito. "Ele (Osmar) disse que deixou dois corpos na Unifran, o que não é verdade."
O pró-reitor também declarou que não há relação entre o fato de David ser professor da universidade e a decisão de arquivar o inquérito. "Não tem nada a ver uma coisa com a outra."
A Folha telefonou para o celular do delegado e deixou recado por duas vezes, mas não obteve resposta. David também foi procurado sem êxito pela reportagem na casa da mãe dele, em Franca, de seu irmão, em Pedregulho, e na Delegacia Seccional.
O diretor do Deinter (Departamento de Polícia Judiciária de São Paulo - Interior) de Ribeirão Preto, Luiz Roberto Ramada Spadafora, também não foi localizado para comentar o assunto.
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