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05/10/2004 - 00h00

FGV-RJ quer duplicar em 2005 alunos da educação a distância

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CAMILA MARQUES
da Folha Online

A FGV-RJ (Fundação Getúlio Vargas do Rio de Janeiro) prevê dobrar o número de alunos em cursos livres de pós-graduação (média 30 horas) de educação a distância a partir do próximo ano. Fundada há 60 anos, a Fundação no Rio criou em 1999 o FGV Online, departamento que se dedica exclusivamente ao gerenciamento do ensino a distância.

Desde então, 20 mil pessoas já usufruíram da modalidade de algum jeito. Segundo o professor Carlos Longo, 44 anos, diretor executivo do FGV Online, 12 mil pessoas passaram pelos chamados treinamentos corporativos, em que determinada empresa contrata a FGV para capacitar seus funcionários. A outra parte integrou o corpo de alunos dos cursos de pós-graduação latu sensu/MBA (longa duração, mais de 200 horas) e de extensão --cursos livres, de curta duração, voltados para quem já possui uma formação universitária.

"Cerca de 450 já se formaram no MBA e quatro mil nos livres desde 2000, quando o primeiro curso foi efetivamente implementado. Nossa meta para 2005 é duplicar o atendimento dos livres. Queremos em um ano as quatro mil pessoas que conseguimos atingir em quatro anos. Se nos cursos de Direito temos mil alunos hoje, ano que vem queremos mais mil", afirma Carlos Longo.

Hoje, a pós graduação a distância da FGV-RJ possui 2,6 mil alunos, enquanto a presencial têm 14 mil matriculados, número cinco vezes maior. "Se observarmos que a educação presencial na GV tem 60 anos, temos uma boa perspectiva. A educação a distância (EAD) aqui não tem nem quatro e, a cada ano, cresce de maneira sensacional", diz o diretor do FGV Online. "O ensino ainda lida com pessoas acostumadas a ter um professor na sala, mas aos poucos esse hábito vai mudando e os preconceitos quebrados", continua ele.

O último levantamento do MEC (Ministério da Educação), referente a 2002 e apresentado em 2003, indica que 84 mil pessoas participaram de cursos superiores a distância naquele ano. Desse total, 41 mil eram alunos de graduação, a maioria professores que tinham apenas o magistério. Assim, a maior parte dos estudantes que usufruíram do ensino não presencial no Brasil estava na pós-graduação, fosse ela uma especialização com ou curso de extensão.

Atualmente, 42 instituições de ensino superior são credenciadas pelo MEC para oferecer cursos de especialização a distância. Quando a modalidade é classificada como latu sensu, é obrigatória a autorização do governo federal para funcionar; se o curso é de extensão ou atualização (normalmente mais curtos), de complementação universitária, sua criação é livre.

São Paulo

Mas se a FGV-RJ investe com força na EAD, em curso de curta duração, o mesmo não é verificado na FGV em São Paulo. Segundo a coordenadora acadêmica do GVnet --centro de educação a distância da Escola de Administração da instituição-, Marta de Campos Maia, 44 anos, não existe um curso completamente online. "Todos os nossos cursos são híbridos, mesclam o ensino presencial, predominante em todos, com o realizado a distância [corresponde a no máximo 20% da carga horária]", afirma Marta Maia.

Atualmente são oferecidos três tipos de cursos em São Paulo, todos de longa duração, ou seja, com mais de 200 horas-aula --cerca de um ano. O GVnext é voltado para executivos, o GVmed visa dar a médicos noções de administração o GVpme, por sua vez, é um curso de formação profissional para administradores de pequenas e médias empresas. Em setembro de 2004 cada um tinha, respectivamente, 400, 100 e 60 alunos.

Segundo a professora, a FGV-SP não pensa em criar um curso de pós completamente a distância a curto prazo. "Esse tipo de projeto não está nos nossos planos para 2005. Acreditamos que ainda é importante a presença de um professor de maneira constante", afirma Maia.

Doutorada em educação a distância, porém, ela afirma que a modalidade é um caminho para o ensino no futuro.

PUC-Minas

Além da Fundação Getúlio Vagas do Rio de Janeiro, a PUC-MG (Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais) também figura entre as grandes instituições de ensino que oferece cursos a distância em pós-graduação no Brasil. Assim como na FGV-RJ, existe um departamento que cuida da área na universidade, conhecido por PUC Minas Virtual.

Ao todo, a PUC Virtual oferta 12 cursos de pós-graduação latu sensu e nove de atualização. Na primeira categoria estão cursos de formação, de duração mais longa, como direito e processo do trabalho, direito público e ensino de língua inglesa. "Em um ano de curso, o aluno é obrigado a comparecer à faculdade para fazer as provas e defender sua monografia", explica a professora Maria Beatriz Gonçalves, 65 anos, diretora da PUC Virtual.

Já os de atualização incluem disciplinas mais específicas, como as de leitura para textos em inglês e leitura em francês. A duração é, em média, de quatro meses, o equivalente a 90 horas-aula. Nesse tipo de curso, tudo é feito a distância.

"Todos são credenciados no MEC, independentemente do tipo. Temos a permissão para ofertar a distância cursos de qualquer área em que a PUC-MG tem competência [permissão] para atuar. Assim, o único curso que não podemos oferecer é na área de medicina", explica a professora Maria Beatriz.

Segundo Maria Beatriz, a PUC-MG tem hoje sete mil alunos usando a EAD em sua formação. Desse total, 1,7 mil são estudantes da graduação que cursam algumas disciplinas pela internet, 500 estão matriculados em cursos de pós latu sensu (especialização) e 4,8 mil nos cursos de extensão (curta duração). "Desde 2000, formamos 13,5 mil alunos na pós-graduação (especialização e atualização)", diz.

 

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