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Assistente social indica caminho para pessoas com problemas
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LUISA ALCANTARA E SILVA
da Folha de S.Paulo
Conversar com dependentes químicos, com homens que batem em suas mulheres, com jovens em liberdade assistida ou presos. Para alguns, essas tarefas não parecem ser muito agradáveis, mas a maioria dos assistentes sociais gostam e têm orgulho do que fazem.
Trabalhando em órgãos públicos, em ONGs ou em empresas privadas, são eles que atendem a funcionários que querem se queixar do trabalho ou desabafar sobre um problema particular e tentar resolvê-lo.
O assistente social não é psicólogo, mas ouve os problemas e indica o melhor caminho para saná-los. Para um alcoólatra, por exemplo, o assistente vai pesquisar onde há centros de reabilitação próximos da casa do trabalhador e dar dicas de como ele pode tentar se livrar do vício.
Audrey Cristina Soares, 24, estuda serviço social na Unicsul e trabalha com jovens em liberdade assistida. "Sempre gostei do lance de ajudar as pessoas", diz ela. "Adoro o que faço. A cada dia surge um caso novo." Ela conta que muitos colegas ainda não conseguem se desfazer da carga negativa do trabalho. "No começo, eu ficava mal, mas aí fui aprendendo."
Adoção
Outro local em que o assistente social trabalha é em varas de família e de infância, atendendo, por exemplo, a crianças que esperam adoção e a adultos que procuram adotar. O profissional faz um estudo sobre a criança e sobre a família, para ver se eles estão se adaptando ao se conhecerem.
No Brasil, há mais de 300 graduações em serviço social -faculdade do assistente social-, e um dos cursos mais antigos é o da PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica).
Os dois primeiros anos do curso da PUC são mais teóricos, mas, a partir do quinto semestre, os alunos têm que fazer o estágio obrigatório, que pode ser cumprido na própria universidade ou fora.
"O assistente social é uma ligação entre o trabalhador e a gerência", afirma a professora Rosalina de Santa Cruz Leite, vice-coordenadora da Faculdade de Serviço Social da PUC-SP, que tem cem vagas anuais.
As grades de cada escola variam, mas, dentre as disciplinas, há história do serviço social, ética e política social, como na Unaerp, em Ribeirão Preto.
Sandra Regina de Abreu Pires, chefe do departamento de serviço social da UEL (Universidade Estadual de Londrina), diz que o perfil do assistente social é o de "uma pessoa dinâmica, que gosta de falar, de ler e de escrever". Ela explica: "Falar, porque ele vai ter que conversar com a outra pessoa. Ler e escrever porque precisa fazer relatórios das conversas".
Há dois anos, a UEL criou uma residência em saúde pública, e, segundo Sandra, muitos recém-formados estão procurando a especialização. "Eles se preparam melhor para a profissão."
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