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20/06/2001
-
03h56
Um mês depois de conseguir uma vaga na creche Parque Grajaú 2 para Dalila, 3, a dona-de-casa Maria de Fátima da Silva começou a temer pela saúde da filha. "Ela estava inchando muito".
No entanto, o médico do posto de saúde a tranquilizou: a menina havia engordado quatro quilos em apenas um mês.
No começo do ano, antes de começar a frequentar a creche, Dalila estava
desnutrida _pesava 10 kg. Ao passar a fazer cinco refeições por dia, subiu para 14 kg.
Os Silva são considerados um "exemplo típico" de família da gleba 3 do bairro do Grajaú, na zona sul, onde está a creche.
Odair, o pai, já está desempregado há três anos e sobrevive fazendo bicos. Isso quer dizer que passam semanas sem ter "nem um real para comprar pão", como diz Maria de Fátima.
A família recebe uma cesta básica do governo do Estado, que é suficiente para garantir que no almoço haverá arroz, feijão ou macarrão. "Carne é muito, muito difícil", afirma a dona-de-casa.
Pela manhã, as crianças tomam café com leite _sem pão. Dormem sem jantar. Às vezes, diz Maria de Fátima, não há nada nem no almoço.
Daiana, 7, a mais velha das quatro filhas de Maria de Fátima e Odair, está na escola. Todos os dias, ela percorre oito quilômetros para ir e voltar.
Na segunda-feira passada, apesar do frio de 10C, as meninas dos Silva estavam de sandália de dedo. "A meia é para ir para a escola", explica a mãe. A razão é simples: elas só têm um par cada.
Todas as crianças da fila da creche estavam calçando somente sandália de dedo e vestiam roupas surradas, em geral recebidas em doação pelas famílias.
"Elas (as filhas) usam o que me dão", diz Maria Goretti Pereira, mãe de cinco crianças, duas das quais estavam na fila, usando sapatos rasgados e sem meia.
Garota entra em creche e engorda 4 kg em 1 mês
da Folha de S.PauloUm mês depois de conseguir uma vaga na creche Parque Grajaú 2 para Dalila, 3, a dona-de-casa Maria de Fátima da Silva começou a temer pela saúde da filha. "Ela estava inchando muito".
No entanto, o médico do posto de saúde a tranquilizou: a menina havia engordado quatro quilos em apenas um mês.
No começo do ano, antes de começar a frequentar a creche, Dalila estava
desnutrida _pesava 10 kg. Ao passar a fazer cinco refeições por dia, subiu para 14 kg.
Os Silva são considerados um "exemplo típico" de família da gleba 3 do bairro do Grajaú, na zona sul, onde está a creche.
Odair, o pai, já está desempregado há três anos e sobrevive fazendo bicos. Isso quer dizer que passam semanas sem ter "nem um real para comprar pão", como diz Maria de Fátima.
A família recebe uma cesta básica do governo do Estado, que é suficiente para garantir que no almoço haverá arroz, feijão ou macarrão. "Carne é muito, muito difícil", afirma a dona-de-casa.
Pela manhã, as crianças tomam café com leite _sem pão. Dormem sem jantar. Às vezes, diz Maria de Fátima, não há nada nem no almoço.
Daiana, 7, a mais velha das quatro filhas de Maria de Fátima e Odair, está na escola. Todos os dias, ela percorre oito quilômetros para ir e voltar.
Na segunda-feira passada, apesar do frio de 10C, as meninas dos Silva estavam de sandália de dedo. "A meia é para ir para a escola", explica a mãe. A razão é simples: elas só têm um par cada.
Todas as crianças da fila da creche estavam calçando somente sandália de dedo e vestiam roupas surradas, em geral recebidas em doação pelas famílias.
"Elas (as filhas) usam o que me dão", diz Maria Goretti Pereira, mãe de cinco crianças, duas das quais estavam na fila, usando sapatos rasgados e sem meia.
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