Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
10/10/2000 - 11h53

PROFISSÃO: Engenheiro é o "faz-tudo" da área de ciências exatas

FERNANDO TADEU SANTOS
da Folha de S.Paulo

Uma das carreiras mais procuradas em todos os vestibulares, o curso de engenharia exige sólida formação em exatas (matemática, física e química). É por meio dessa "bagagem" que o profissional transforma recursos naturais em bens e serviços.

Independentemente da área, a principal atividade do engenheiro é criar novas alternativas de desenvolvimento. Devido aos avanços tecnológicos, o curso passou a se fragmentar e estima-se existir pelo menos 30 tipos diferentes de especialidades em todo o país.

Na Escola Politécnica da USP (Universidade de São Paulo), o estudante faz vestibular para uma carreira única -engenharia e ciências exatas. Após o primeiro ano básico, ele deve escolher uma das grandes áreas da engenharia, divididas em civil, elétrica, química e mecânica.

"A mudança garante que o aluno tenha certeza de qual engenharia ele irá seguir após um ano básico", disse Marcos Ribeiro Pereira, coordenador do curso de engenharia mecânica da Poli.

Em outras instituições, como o Mackenzie, o aluno tem de fazer a opção de carreira na hora da inscrição. Nessa universidade, os cursos de engenharia têm uma divisão parecida à da Poli: mecânica, elétrica, civil e engenharia de materiais.

Para Roque Theóphilo Júnior, diretor da escola de engenharia do Mackenzie, a idéia é garantir a formação do engenheiro em grandes áreas. "Isso cria condições para atender melhor a demanda de mercado", disse.

Grandes áreas

No curso de engenharia mecânica, o estudante pode especializar-se em naval, produção, mecatrônica e mecânica pura.

No de engenharia química, é possível atuar nas áreas de metalúrgica, minas e de materiais. O profissional dessa área vai trabalhar com reações, purificações e processos químicos para laboratórios industriais.

Por conta da Internet, a área elétrica abriu boas oportunidades para engenheiros especializados em eletrotécnica (potência e energia), eletrônica, telecomunicações e engenharia da computação.

Só a área da engenharia civil não sofreu ramificações. "O engenheiro civil tem de ter formação única e consistente para se ocupar de todas as fases num projeto, da fase inicial à sua realização, seja ele de uma ponte, um edifício, uma estrada ou um túnel", afirmou Alex Kenya Abiko, chefe de departamento de engenharia civil da Poli.

Orientar a compra de materiais na construtora Hochtief (SP) é uma das atribuições da estudante da Poli Heloísa Dias, que trabalha num setor onde as mulheres são minoria. "Antigamente, o preconceito era pior. Mulher não tinha vez numa obra. Hoje os homens reconhecem a eficiência do nosso trabalho", disse.

Empresas que se preocupam em racionalizar custos muitas vezes optam em contratar um engenheiro de produção do que um administrador de empresas. Da simples compra de uma matéria-prima ao preço final da mercadoria ao consumidor, o engenheiro de produção costuma ser ponte entre todos os diferentes setores de uma mesma organização.

"Algumas empresas preferem contratar engenheiro de produção até para gerir recursos humanos. Ele é um faz-tudo bem remunerado", diz Márcia Terra da Silva, coordenadora do curso de graduação de engenharia de produção da Poli.

Para Márcia, o setor de serviços tem sido um dos mais promissores para quem está nessa área. "Redes de comércio, empresas de consultoria, de entretenimento, de transporte e até hospitais buscam engenheiros de produção para seus quadros funcionais hoje."

Na Unesp (Universidade Estadual Paulista), a disputa de vagas para quem pretende fazer o curso de engenharia de produção é de 20 candidatos por vaga, o dobro das outras engenharias. "O mercado procura profissionais que tenham boa formação técnica e saibam administração e economia. Vale até psicologia", disse Edgard Dias Batista Júnior, coordenador da área na Unesp.

O estudante Fábio Monteiro Chehab é um exemplo. Nem pôs ainda a mão no diploma e já trabalha como analista financeiro no Citibank da avenida Paulista. "Tenho a oportunidade de colocar em prática o raciocínio lógico do curso para orientar aplicações e investimentos", disse.

Leia mais sobre vestibular no Fovest Online

Leia mais notícias de educação na Folha Online
 

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página