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15/10/2001
-
10h28
da Folha Ribeirão
A greve dos servidores e professores da UFSCar (Universidade Federal de São Carlos) já ameaça comprometer o calendário de 2002 da instituição. Hoje, os servidores completam 91 dias parados e os docentes, 53 dias.
Segundo associações de docentes e de servidores, as aulas só devem começar em abril de 2002, um mês depois do previsto no calendário letivo da universidade.
A Pró-Reitoria de Graduação da UFSCar informou que não há como prever a data de início das aulas em 2002. Isso só seria possível após uma discussão sobre o assunto.
Segundo docentes, alunos e servidores ouvidos pela Folha, mesmo que a paralisação terminasse hoje, só seria possível concluir o segundo semestre de 2001 em fevereiro do ano que vem, e não em 22 de dezembro deste ano, como o previsto inicialmente.
"Uma das consequências de uma greve é a necessidade de realizar as reposições das aulas durante o período de férias e atrasar o calendário do próximo ano", declarou o presidente da Adufscar (Associação dos Docentes da UFSCar), Emerson Pires Leal.
Conforme Leal, existe até a possibilidade de haver o condensamento do conteúdo das aulas para conseguir cumprir o prazo do novo calendário.
"O aspecto didático pode estar comprometido caso essa necessidade venha a ocorrer", afirmou.
Leal prevê que seja deflagrado o chamado "efeito dominó": um semestre ter de ser reposto no subsequente. A situação irá gerar reflexos que só serão inteiramente sanados no calendário de 2003.
O Cepe (Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão) da universidade anunciou a suspensão do calendário letivo em 24 de agosto deste ano, dois dias depois dos docentes entrarem em greve. Ele só deverá ser retomado no final da paralisação.
A universidade informou que pretende fazer a reposição das aulas, mas não confirma se o primeiro semestre de 2002 sofrerá algum tipo de prejuízo.
A greve já começa a preocupar os vestibulandos. "Até agora ninguém ainda falou ao certo o que vai acontecer com a universidade", afirmou Luciana Saqueri, 20.
Para os alunos que já estão na UFSCar o problema não é o possível atraso e a obrigatoriedade da reposição a que estarão sujeitos, mas, sim, a ameaça de o semestre ser cancelado devido a um eventual prolongamento da paralisação em São Carlos.
Apesar disso, os estudantes manifestam apoio ao movimento grevista. "O movimento ocorre para a melhoria na qualidade de ensino", declarou o presidente do DCE (Diretório Central dos Estudantes) da UFSCar, José Erinaldo de Oliveira Júnior, 24.
O MEC (Ministério da Educação) informou que o ministro Paulo Renato Souza está "fazendo de tudo" para que o cancelamento não venha a acontecer.
De acordo com a Andifes (Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior), nunca, em toda a história das universidades federais, um semestre teve de ser cancelado devido a uma greve.
"Não interessa a ninguém que um semestre letivo venha a ser eliminado ou inteiramente suspenso", disse o professor José Rubens Rebelatto, 45. Ele é ex-reitor da UFSCar (de 1996 a 2000) e também foi vice-presidente da Andifes para a região Sudeste do Brasil.
Para os servidores, o fato de a greve deste ano ter começado no segundo semestre vai gerar mais prejuízos do que se tivesse tido início no primeiro semestre.
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Em 1998, greve durou 103 dias
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Aula pode começar só em abril na Federal de São Carlos
CLAYTON FREITASda Folha Ribeirão
A greve dos servidores e professores da UFSCar (Universidade Federal de São Carlos) já ameaça comprometer o calendário de 2002 da instituição. Hoje, os servidores completam 91 dias parados e os docentes, 53 dias.
Segundo associações de docentes e de servidores, as aulas só devem começar em abril de 2002, um mês depois do previsto no calendário letivo da universidade.
A Pró-Reitoria de Graduação da UFSCar informou que não há como prever a data de início das aulas em 2002. Isso só seria possível após uma discussão sobre o assunto.
Segundo docentes, alunos e servidores ouvidos pela Folha, mesmo que a paralisação terminasse hoje, só seria possível concluir o segundo semestre de 2001 em fevereiro do ano que vem, e não em 22 de dezembro deste ano, como o previsto inicialmente.
"Uma das consequências de uma greve é a necessidade de realizar as reposições das aulas durante o período de férias e atrasar o calendário do próximo ano", declarou o presidente da Adufscar (Associação dos Docentes da UFSCar), Emerson Pires Leal.
Conforme Leal, existe até a possibilidade de haver o condensamento do conteúdo das aulas para conseguir cumprir o prazo do novo calendário.
"O aspecto didático pode estar comprometido caso essa necessidade venha a ocorrer", afirmou.
Leal prevê que seja deflagrado o chamado "efeito dominó": um semestre ter de ser reposto no subsequente. A situação irá gerar reflexos que só serão inteiramente sanados no calendário de 2003.
O Cepe (Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão) da universidade anunciou a suspensão do calendário letivo em 24 de agosto deste ano, dois dias depois dos docentes entrarem em greve. Ele só deverá ser retomado no final da paralisação.
A universidade informou que pretende fazer a reposição das aulas, mas não confirma se o primeiro semestre de 2002 sofrerá algum tipo de prejuízo.
A greve já começa a preocupar os vestibulandos. "Até agora ninguém ainda falou ao certo o que vai acontecer com a universidade", afirmou Luciana Saqueri, 20.
Para os alunos que já estão na UFSCar o problema não é o possível atraso e a obrigatoriedade da reposição a que estarão sujeitos, mas, sim, a ameaça de o semestre ser cancelado devido a um eventual prolongamento da paralisação em São Carlos.
Apesar disso, os estudantes manifestam apoio ao movimento grevista. "O movimento ocorre para a melhoria na qualidade de ensino", declarou o presidente do DCE (Diretório Central dos Estudantes) da UFSCar, José Erinaldo de Oliveira Júnior, 24.
O MEC (Ministério da Educação) informou que o ministro Paulo Renato Souza está "fazendo de tudo" para que o cancelamento não venha a acontecer.
De acordo com a Andifes (Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior), nunca, em toda a história das universidades federais, um semestre teve de ser cancelado devido a uma greve.
"Não interessa a ninguém que um semestre letivo venha a ser eliminado ou inteiramente suspenso", disse o professor José Rubens Rebelatto, 45. Ele é ex-reitor da UFSCar (de 1996 a 2000) e também foi vice-presidente da Andifes para a região Sudeste do Brasil.
Para os servidores, o fato de a greve deste ano ter começado no segundo semestre vai gerar mais prejuízos do que se tivesse tido início no primeiro semestre.
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