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17/10/2001 - 20h09

MEC diz que não fará concessões a grevistas das federais

LEILA SUWWAN
da Folha de S.Paulo em Brasília

O governo decidiu que não fará concessões, além das propostas que já foram apresentadas, para os grevistas das universidades federais por entender que a paralisação está se tornando um movimento político radicalizado.

A medida foi avalizada pelo presidente Fernando Henrique Cardoso durante reunião hoje pela manhã com cinco ministros e líderes da base governista no Congresso. Com isso, o ministro da Educação, Paulo Renato Souza, ganha fôlego diante dos sindicatos dos servidores e professores após os desgastes causados pelas manifestações públicas nas últimas semanas.

Hoje, os professores, parados desde agosto, voltaram a negociar com o ministério. Eles haviam deixado de negociar após a suspensão dos salários. Até as 19h, a reunião continuava.

Já os servidores, parados desde julho, também se reuniram com o governo, mas mantêm a greve.
A estratégia do governo de tentar esvaziar a greve com a retenção dos salários, enquanto estuda medidas intervencionistas para garantir a reposição do semestre e a manutenção dos vestibulares, é agora um esforço interministerial avalizado pelo presidente.

"Eu informo o presidente diariamente dos problemas do ministério, quando existem problemas. O que faltava era informar os líderes do governo no Congresso", afirmou Paulo Renato, que não quis responder a outras perguntas sobre a greve.

O ministro já havia declarado que a greve dos professores é um movimento de "ultra-esquerda".

Segundo o deputado Walfrido Mares Guia (PTB-MG), presidente da Comissão de Educação da Câmara, a preocupação com a "possibilidade de perda" do semestre e do vestibular foi "externada" por Paulo Renato ao presidente, que teria solicitado a criação de um ambiente para concluir a greve.

Ainda segundo Mares Guia, os R$ 400 milhões suplementares negociados no Congresso para a folha de pagamento da Educação em 2002 é uma "fortuna" e não há possibilidade de aumentar esse valor. Desse total, R$ 250 milhões se destinariam aos professores e R$ 150 milhões, aos servidores, que já negociaram outros R$ 350 milhões com o ministério.

Primeira rodada

O sindicato que representa os professores rejeitou formalmente a proposta apresentada por Paulo Renato e pediu que a verba orçamentária de 2002 seja utilizada para incorporar a GED (Gratificação de Estímulo à Docência) aos salários, inclusive dos inativos. O ministério ofereceu aumentar o valor dessa e outra gratificação para os ativos.

O presidente do sindicato dos professores, Roberto Leher, negou a politização da greve. "O sindicato tem apoio integral dos professores. Se fosse partidário, não seria assim", disse. Os professores também reivindicam a contratação de mais 8.000 docentes dentro do regime jurídico único. O ministério oferece 2.000 contratações.

A negociação com os servidores _que já alcança 30 reuniões_ enfrentou os mesmos obstáculos dos últimos encontros. Apesar de conseguirem a incorporação total da gratificação aos salários de 2002, os servidores exigem "repercussão nos salários deste ano", isto é, alguma sinalização de que haverá um aumento imediato. Os negociadores do ministério afirmaram que irão considerar as contrapropostas, mas adiantam que não há verbas neste ano para outras concessões.

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