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28/10/2001 - 10h36

Prova da UFRJ começa a ser aplicada após protestos e confusão

ANA PAULA GRABOIS
da Folha Online, no Rio
da Folha Online, em São Paulo

O vestibular da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) já está sendo realizado em quase todos os locais, exceto no CAP (Colégio de Aplicação da UFRJ), onde cerca de 20 estudantes rasgaram os cadernos de resposta. A prova começou oficialmente às 9h15.

Manifestações contra a aplicação do exame começaram cedo. Desde às 7h cerca de 200 estudantes fizeram uma série de protestos no campus da Ilha do Fundão tentando impedir que o concurso fosse realizado.

Eles entraram em confronto com a Polícia Militar, que usou cassetetes para conter o protesto. Os manifestantes jogaram pedras e foram reprimidos com bombas de efeito moral. Apesar da confusão, a universidade não pensou em nenhum momento em cancelar o exame.

Os manifestantes tentavam impedir que os candidatos entrassem no prédio do Centro de Ciências Matemáticas e da Natureza, onde 981 alunos iriam fazer a prova.

A estudante Fernanda Luíza da Silva, que já estava dentro da sala de aula, após receber a prova, saiu correndo com ela na mão, mas foi interceptada pela polícia antes de deixar um prédio da universidade. Se ela tivesse conseguido sair com a prova, isso poderia causar a anulação do exame.

Fernanda, que é aluna de uma Cefet (colégio técnico federal), tomou essa atitude porque se sentia prejudicada em fazer o exame hoje, já que não tem aulas há cerca de dois meses em razão da greve dos funcionários das federais.

Após o início da prova, um novo confronto ocorreu no campus da Ilha do Fundão, quando vários manifestantes tentaram invadir o Centro Tecnológico para resgatar dois colegas que estavam presos.

Os dois estavam no telhado do prédio soltando fogos de artifício para comemorar o protesto quando foram presos. Com isso os demais manifestantes invadiram o edifício e houve confronto com a PM.

A polícia continua na frente dos dois prédios, mas não há mais protestos.

Por conta de toda essa confusão, muitos estudantes, nervosos e chorando, acabaram desistindo de prestar o vestibular.

CAP

No CAP a situação ainda está tensa. O local é o único onde a prova não foi iniciada porque 20 estudantes invadiram salas rasgando o cartão de resposta, causando tumulto.

Uma comissão do vestibular está negociando dentro do prédio para tentar acalmar os ânimos dos estudantes.

O prédio está fechado e ninguém é autorizado a entrar ou sair. De acordo com pais que estão na porta do prédio, seus filhos dentro das salas estão muito nervosos.

No prédio deveriam fazer a prova os estudantes dos colégios federais de ensino médio do Rio (o CAP e o D.Pedro 2º). Eles são contra a aplicação da prova hoje porque se sentem prejudicados para fazer o concurso em razão da greve dos professores, que dura mais de dois meses. Sem aulas, eles reclamam de estar em desigualdade de condições.

Batalha judicial

Até as 23h de ontem a aplicação da prova era incerta. Durante a tarde, a Justiça concedeu duas liminares que adiavam o vestibular. Somente no fim do dia a UFRJ conseguiu derrubar as liminares garantindo o exame.

Na terça-feira (23) a Justiça já havia concedido um outra liminar, solicitada pelo Ministério Público, mas que foi cassada na sexta-feira.

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