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31/10/2001 - 22h48

Interpretação de edital motiva disputa na UFRJ

da Folha de S.Paulo, no Rio

No complicado equilíbrio de forças da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), o reitor José Henrique Vilhena e o CEG (Conselho de Ensino e Graduação), com posições opostas, tentam convencer a opinião pública de que o texto do edital do vestibular dá a um ou a outro o poder da palavra final sobre o concurso.

A principal polêmica está na interpretação do artigo 30, que diz que "os casos omissos e as situações não previstas no presente edital serão avaliados pela comissão executiva do concurso e encaminhados para solução ao CEG".

A comissão do vestibular é subordinada a esses dois poderes. Age de acordo com normas discutidas no CEG, mas publicadas em "Diário Oficial" pelo reitor.

Para a professora Ângela Gonçalves da Silva, integrante do conselho, os tumultos ocorridos no domingo podem ser caracterizados como "caso omisso", e o CEG teria poder para anular todo o vestibular por causa disso.

Além disso, Ângela argumenta que, segundo as normas, "o reitor da UFRJ torna público o edital, conforme aprovado pelo CEG". No seu entender, quem aprova as normas e tem poder para mudá-las é o conselho, e não o reitor.

Vilhena concorda que a confusão que impediu a realização da prova pode ser considerada caso omisso, mas afirma que, como apenas as provas de dois grupos (de um total de cinco) foram anuladas, a discussão seria apenas em relação às novas datas das provas desses grupos.

O tumulto de domingo (28) impediu a realização da prova somente de estudantes dos grupos 2 e 4. Eles reúnem 14.520 mil candidatos de cursos principalmente da área tecnológica e econômica.

Os demais concorrentes, segundo o reitor, fizeram as provas conforme previsto no edital, logo, isso não pode ser caracterizado como "caso omisso". Ao todo, 50.218 candidatos fizerem a primeira etapa do concurso.

A interpretação do edital já foi motivo de polêmica entre o CEG e o reitor quando o conselho, no início deste mês, determinou que o vestibular fosse adiado. Vilhena manteve as datas sob o argumento de que apenas o reitor poderia publicar novo edital.

Como nem o conselho nem a reitoria se mostraram publicamente dispostos a ceder, a tendência é que a decisão seja da Justiça, conforme previsto no edital, em caso de dúvidas.

O CEG é formado por 12 professores e por três representantes dos estudantes, além do sub-reitor de graduação, que o preside.
A universidade possui, ainda, um conselho superior ao CEG, o Conselho Universitário. Este, no entanto, segundo o regimento da UFRJ, é convocado apenas pelo reitor. Vilhena não o convocou desde que a polêmica sobre o vestibular se iniciou. O CEG, por sua vez, pode se auto-convocar.

Vilhena assumiu a reitoria em 1998, indicado pelo ministro Paulo Renato Souza, apesar de protestos de estudantes e funcionários. Não era o candidato mais votado no Conselho Universitário.

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